Amigo do laziale desde os tempos do Sporting, Miguel Veloso falou a O JOGO, reconhece época menos conseguida pelo avançado, mas recorda as qualidades deste e tudo o que já deu no passado à equipa das Quinas.
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O Nani teve sempre um rendimento muito bom com a Seleção, nomeadamente no Euro"2016. Apesar de não estar a ter uma boa época, merece estar entre os 23?
-É um caso à parte, porque é um dos meus melhores amigos, mas penso que ninguém tem dúvidas da qualidade do Nani, pela carreira que tem vindo a fazer, os grandes clubes em que jogou e por tudo o que fez pela Seleção. É um jogador que dá muito à equipa, sempre o seu melhor, é importante, porque tanto ajuda a defender como a atacar. Não é fácil encontrar jogadores na sua posição de extremo ou avançado que ajudem a atacar e a defender. Numa competição como o Mundial, é importante ter futebolistas assim. Na minha opinião, considero que merece ir, mas o míster Fernando Santos é que sabe.
O que se passou, este ano, com Nani?
-Jogou em vários clubes, jogou muitos anos ao mais alto nível no Manchester United, portanto não se trata de nenhum problema de adaptação. É um jogador que tem muita experiência, mas neste momento os que estão à frente dele (na Lázio) estão muito bem e é difícil para ele ter mais minutos para demonstrar que merece jogar. Mas sempre foi um jogador importante para a nossa Seleção.
Como vê o momento de outros internacionais na Serie A, como Cancelo, André Silva e Mário Rui?
-O Mário Rui tem vindo a fazer uma grande carreira aqui na Itália, o Cancelo adaptou-se muito bem, está a ser constante, e isso é importante, tem vindo a fazer um grande campeonato. O André Silva teve mais oportunidades na Liga Europa do que no campeonato, mas contra nós, aqui em Génova, fez o golo da vitória, foi um golo muito bonito. Não é fácil. A adaptação à Serie A leva o seu tempo, mas estamos a falar de jogadores que têm muita qualidade.
João Mário teve de sair para o West Ham para encontrar mais espaço. Porque é que não vingou no Inter?
-A diferença que eu noto é que nós em Portugal, por vezes, damos mais valor aos jogadores que vêm de fora do que aos nossos e aqui é diferente. Os que vêm de fora, têm mais dificuldades. O João Mário é um jogador com uma qualidade enorme, mas o seu percurso no Inter não foi positivo por vários fatores: o clube fez uma grande restruturação e a fase de mudança nunca é fácil, investiram muito dinheiro no mercado, mas investir muito não significa construir uma grande equipa. O João teve esse problema, porque a equipa não era forte, não era unida, teve uma época difícil. É um jogador que se consegue adaptar bem em qualquer lado, mas acho que também sofreu muito a crítica dos jornalistas.