Ceferin ironiza com solicitações de Real Madrid, Barcelona e Juventus para jogarem na próxima Champions
Líder da UEFA revelou pedidos de inscrição dos três clubes na futura liga milionária, satirizando com a intenção destes em criarem a Superliga. Esloveno aguarda resultado da investigação da Comissão Disciplinar ao projeto elitista
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Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, organismo que rege o futebol europeu, manifestou, com ironia à mistura, estranheza por Barcelona, Juventus e Real Madrid terem submetido pedidos de inscrição na próxima edição da Champions e manterem o plano de realizar a Superliga europeia.
"Para mim, é estranho quererem [Barça, Juve e Real] jogar a Superliga e mandarem a carta de inscrição para a Liga dos Campeões. Ou querem Superliga ou a Champions. É difícil perceber o que querem. Podem ligar, pedir uma reunião, mas só mandam press-releases a pedir diálogo. É uma abordagem estranha", afirmou o líder esloveno.
Em entrevista à britânica Sky Sports, divulgada esta segunda-feira, Ceferin reiterou a oposição à competição restrita, idealizada à revelia da UEFA, assegurando que o organismo "está confiante na sua posição e irá defendê-la vigorosamente".
O presidente da UEFA referiu-se, assim, ao contínuo combate jurídico e institucional, feito desde 18 de abril, contra a criação da Superliga europeia, que motivou uma queixa dos três "rebeldes" ao Tribunal de Justiça da União Europeia (EUCJ, em inglês).
Real Madrid, Juventus e Barcelona deram entrada na entidade judicial - a própria entretanto confirmou - de uma reclamação contra a UEFA por alegada "flagrante violação" das leis da concorrência da União Europeia (EU), mas Ceferin não se deixa abalar.
"Eles não nos podem paralisar, paralisaram-se a si próprios com a abordagem que tiveram [ao tentar criar a Superliga europeia] (...). Não temos medo, vamos ver o que decidem os tribunais frisou o presidente da UEFA, ainda "sem informações sobre a investigação" da Comissão Disciplinar do organismo e possíveis sanções.
O trio de clubes insistentes na fundação da prova concorrencial à Liga dos Campeões, alvo inclusive de um processo disciplinar por parte da UEFA, justificou o intento com a necessidade de "reformular o futebol e não assistir à sua inevitável queda" financeira do mesmo.
Real Madrid, Juventus e Barcelona viram, entretanto, Arsenal, Milan, Chelsea, Atlético Madrid, Inter, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham desistirem do projeto elitista, que não se livraram da doação, em jeito de castigo, de 15 milhões a comunidades locais.
O anúncio da Superliga Europeia aconteceu em 18 de abril passado, mas não "sobreviveu" mais de "duras" 48 horas - como caracterizou Ceferin -, face à muita contestação feita por vozes de governos europeus, da UEFA, da FIFA, de federações, de ligas e de milhares de adeptos.