Queiroz responde a Klinsmann: "Típico juízo preconceituoso de superioridade"
O técnico português, que orienta a seleção do Irão, deixou um recado ao antigo futebolista alemão.
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Carlos Queiroz recorreu, este sábado, às redes sociais para responder a Jürgen Klinsmann, que acusou os jogadores iranianos de terem feito a cabeça ao árbitro durante o jogo com o País de Gales, da segunda jornada do Grupo B do Mundial do Catar.
Na sua página do Instagram, o técnico português, que orienta a seleção do Irão, escreveu uma longa mensagem: Caro Jurgen, tomaste a iniciativa de me chamar Carlos, por isso acredito que é apropriado chamar-te Jurgen. Não é verdade? Mesmo não me conhecendo pessoalmente, questionas o meu carácter com um típico juízo preconceituoso de superioridade. Por muito que eu possa respeitar o que fizeste dentro do campo, essas observações sobre a cultura iraniana, a seleção iraniana e os meus Jogadores são uma vergonha para o futebol. Ninguém pode ferir a nossa integridade se não estiver ao nosso nível, é claro. Mesmo dizendo isto, gostaríamos de o convidar para vir ao nosso centro de treinos socializar com os jogadores iranianos e aprender com eles sobre o país, o povo do Irão, os poetas e a arte, a álgebra, toda a milenar cultura persa... E também ouvir dos nossos jogadores o quanto eles amam e respeitam o futebol. Como americano / alemão, compreendemos o vosso não apoio. Não há problema. E apesar das vossas observações ultrajantes sobre a BBC, tentando minar os nossos esforços, sacrifícios e habilidades, prometemos-vos que não produziremos quaisquer julgamentos sobre a vossa cultura, raízes e antecedentes e que serão sempre bem-vindos à nossa família. Ao mesmo tempo, queremos apenas seguir com toda a atenção qual será a decisão da FIFA relativamente à sua posição como membro do Grupo de Estudos Técnicos do Qatar 2022. Porque, obviamente, esperamos que se demita antes da sua visita ao nosso centro de treinos".
O antigo futebolista alemão, atualmente com 58 anos, tinha afirmado que "o Carlos encaixa muito bem na seleção do Irão e na sua cultura. Não é uma coincidência. É tudo de propósito. Faz parte da cultura deles, é assim que jogam. Andam a 'trabalhar' o árbitro. Basta ver o banco, a forma como saltavam em cima do assistente e do quarto árbitro, sempre a dar-lhes na cabeça. Há muita coisa que não se vê. Esta é a cultura deles, eles meio que tiram o foco. Fazem-te perder a concentração e isso é algo importante. E aí tiram-te do jogo. Teria sido diferente com outro árbitro. Eles tinham cinco pessoas à volta do árbitro do jogo e isso não jogou a favor do País de Gales".
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