Carlos Queiroz lembra a Eto'o que "futebol não é uma guerra": "Não aprendeu nada"
Queiroz lamentou as declarações do antigo jogador do Barcelona e do Real Madrid, entre outros, que é atualmente presidente da Federação camaronesa de futebol, considerando que Eto"o "não aprendeu nada" enquanto profissional de futebol.
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O selecionador do Egito, o português Carlos Queiroz, criticou na terça-feira Samuel Eto"o por instar os jogadores da seleção dos Camarões a encarar o jogo das meias-finais da Taça das Nações Africanas (CAN'2021) como "uma guerra".
Queiroz lamentou as declarações do antigo jogador do Barcelona e do Real Madrid, entre outros, que é atualmente presidente da Federação camaronesa de futebol, considerando que Eto"o "não aprendeu nada" enquanto profissional de futebol.
"É uma abordagem muito infeliz, mesmo para o povo dos Camarões. Acho que ele se esqueceu que alguns camaroneses morreram há alguns dias num estádio e fazer uma declaração como esta antes de uma partida significa que não aprendeu nada quando jogava futebol profissionalmente. Foi um comentário infeliz, futebol não é guerra, é festa, alegria, felicidade", disse Queiroz.
O técnico luso prometeu que a seleção egípcia vai responder em campo "com alegria e futebol de qualidade, para fazer o povo feliz, um povo que tem fome e que quer ter um momento de felicidade, vencendo", e deixa a declaração de Eto"o para a Confederação Africana de Futebol analisar, por se tratar de um comentário que "merece cartão vermelho".
O técnico do Egito, que negou que Mohamed Salah tenha testado positivo para o coronavírus, considera uma honra jogar contra a seleção camaronesa.
"Na minha experiência, quando temos a oportunidade de disputar uma competição contra a seleção local, é uma honra, um privilégio. É uma semifinal contra o anfitrião, com tanta gente, que faz o possível para ter um segundo de felicidade, alegria, pessoas que, às vezes, estão com fome e com dificuldades", reforçou.
Queiroz faz mesmo um apelo a Samuel Eto"o: "Peço-lhe que corrija as suas palavras, porque esta não é a maneira de jogar, não se trata de uma guerra. A guerra é para evitar que as pessoas morram de fome ou nas portas dos estádios".
Falando sobre o Egito, o selecionador considera que "há muito ruído em torno da equipa, muita conversa, mentiras, boatos, muita gente a criar histórias com os jogadores", lembrando as palavras de Mohamed Salah, que disse que "esta é a seleção egípcia, não é um clube, não é Zamalek, Al-Ahly...".
A seleção egípcia vai defrontar na quinta-feira a congénere dos Camarões, seleção anfitriã da CAN'2021, também orientada por outro técnico português, António Conceição, nas "meias" da competição.
O encontro está marcado para o Estádio Olembé, em Yaoundé, recinto que foi temporariamente interditado, depois de oito pessoas terem morrido devido a uma debandada de adeptos.