Capitão de tantos craques luta pela carreira: "O português é mais valorizado lá fora"
Reko Silva foi bandeira da formação do Braga durante anos e capitaneou Carmo, Moura, Samuel Costa, Trincão, Neto, Vitinha ou Álvaro Djaló... mas não chegou onde pretendia.... Apenas para já.
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Jogou pelo Braga dos 13 aos 20 anos, despedindo-se com estatuto de capitão durante boa parte deste trajeto, cara de um projeto desportivo que ganhou peso em Portugal, sendo o clube minhoto hoje muito mais que um adversário incómodo dos grandes no campeonato, também já o é no trabalho de base, na profissionalização de vários setores do clube e na vastidão de recursos. Reko foi um dos rostos de uma academia que sinalizava fornadas de talentos, havendo muitos que dispararam para grandes palcos e maiores montras. Reko foi capitão de todos, de David Carmo, Francisco Moura, Samuel Costa, Trincão, Pedro Neto, Vitinha ou Álvaro Djaló. Mas não é hoje tão feliz, no que ao futebol diz respeito, quanto este rol de ilustres. Cumpriu a última época entre Torreeense, da Liga 2, e Anadia da Liga 3, sem experimentar protagonismo. Mas o médio, aos 23 anos, um dos míudos lançados às feras no ruinoso último ano do Aves na Liga, em que praticamente todo o plantel rescindiu e o clube acabou a competir com elementos da equipa B, não desarma dos seus sonhos.
"Não foi uma época fácil, no campo individual, mas o Anadia atingiu os seus objetivos. O jogador português é mais valorizado lá fora, todos sabemos disso, mas ainda conto reafirmar-me e valorizar-se em Portugal", atira o desejo numa altura que desconhece o próximo passo a dar. O médio, talentoso na leitura de jogo, engenhoso no passe, não esquece as marcas do capítulo avense.
"Ficou um sentimento um pouco agridoce da passagem pelo Aves. Concretizei um dos meus sonhos que foi jogar na Primeira Liga, mas infelizmente não foi no melhor contexto, porque para quem esteve presente ao longo dessa temporada toda, sabe as dificuldades que passámos", regista, agarrando-se ao que de positivo absorveu: "Guardo memórias muito boas como a estreia no expoente máximo do futebol português, as aprendizagens ao longo desse tempo com todos os meus colegas e treinadores e, claro, as amizades, uma das melhores coisas do futebol", reconhece Reko, que após formação em Braga passou por Académico Viseu, Aves, sub-23 do Portimonense, Torreense e Anadia.
"Foram passagens positivas e enriquecedoras, aprendi muito em todos, a nível profissional e pessoal. Cruzei-me com jogadores muito experientes, já com boas carreiras feitas cá e lá fora, isso ajudou-me a crescer", elogia, pondo de parte frustrações por não ter chegado, só ainda, ao topo.
"Não existe sabor amargo. Sempre acreditei muito em mim e continuo a acreditar. Quem anda no mundo do futebol sabe bem que, por vezes, é só uma questão de oportunidade e de estar lá no momento certo. Acredito que com muito trabalho, persistência e resiliência, o céu voltará a brilhar!", conta Reko, mergulhando nas recordações do tempo vivido na academia do Braga: "Foi uma fase incrível. Considero-me um privilegiado ter feito a minha formação num clube como o Braga e ter feito parte da história do clube. Cruzei-me com ótimos jogadores, que, felizmente, estão num grande patamar e, com muitos deles, mantenho uma grande afinidade", realça.
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