Antigo internacional português falou em exclusivo a O JOGO do título grego que conquistou no primeiro ano como diretor-desportivo do AEK de Atenas.
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Bruno Alves chegou à Grécia, viu e foi campeão. De regresso ao AEK de Atenas, clube que representou como jogador em 2004/05, o antigo internacional português venceu o título na primeira época como diretor-desportivo.
O que significa ser campeão no primeiro ano como diretor-desportivo?
-Tem um significado especial, não só por ser no primeiro ano como diretor-desportivo, mas também pela ligação que tenho ao AEK. Foi neste clube onde joguei em 2004 e não consegui ser campeão como jogador, mas felizmente conquistei o título como dirigente. Este clube abriu-me as portas para regressar ao FC Porto e para competir por um lugar. Quando acabei a carreira de jogador, deu-me uma oportunidade e acreditou que eu podia ser importante.
Como foi a festa em Atenas?
-Foi incrível. É um título importante e que o clube precisava muito. Foi uma época bastante difícil, num ano em que inauguramos o nosso estádio. É um título que pode significar a mudança, porque o AEK pode ser uma equipa dominadora do campeonato e pode competir por mais títulos. Foi uma festa enorme para o clube, para os adeptos e para os jogadores. Este momento vai ficar na minha memória para sempre.
Foi difícil formar o plantel?
-Herdámos alguns jogadores do ano passado e trouxemos alguns novos. Um fator importante para o clube foi a não qualificação para as competições europeias, porque o treinador teve mais tempo para criar uma equipa mais forte e criar laços de amizade. O trabalho do treinador, Matías Almeyda, foi sensacional pelo que fez e pela maneira como motivou os jogadores. Gosto muito da intensidade que mete nos treinos, mas também da exigência e do carisma que tem.
Tem contrato até quando?
-Tenho mais um ano de contrato.
A renovação está em cima da mesa?
-Não sei. Esta é a minha primeira experiência e tenho de dar passos pequenos e sólidos. Foi um ano de aprendizagem e tenho de viver o momento, sem projetar muito o futuro. Quero aprender, sou ambicioso e quero continuar a vencer. Estamos a fazer um bom trabalho e ainda temos a final da Taça da Grécia. Tenho muito trabalho para fazer.
Está a gostar desta nova função no futebol?
-Estou a gostar. Quando cheguei, era uma incógnita. Aconselhei-me com pessoas da minha confiança e que me passaram muitas informações positivas. Além disso, adaptei-me rapidamente, tentei estar muito atento, sem deixar passar nada. Procurei entrar no papel do cargo que me deram, deixando rapidamente o pensamento do jogador de futebol, porque foi muito curto o espaço entre acabar a carreira de futebolista e iniciar esta como dirigente. A experiência que tive no futebol ajudou-me imenso, porque joguei três décadas em campeonatos diferentes, com participações em competições europeias em vários países.
Quem foram essas pessoas com quem se aconselhou?
-Prefiro deixar essas pessoas no anonimato. São pessoas em quem confio e não sei se elas querem que divulgue o nome, mas já trabalharam nesta área e têm experiência. Falei ainda com dirigentes e com outros ex-colegas, que me ajudaram e motivaram para este cargo.
Há sensivelmente um ano, imaginava-se nestas funções ou pensava que iria trabalhar no campo?
-Sempre pensei que, quando acabasse de jogar, iria surgir uma oportunidade, independentemente da função. Se não surgisse, teria de ser eu a procurar essa oportunidade. Tive a felicidade de ser convidado para trabalhar mal terminei a carreira e nem todos os jogadores têm essa possibilidade. Sou um felizardo por ter uma oportunidade destas e ter sucesso.
Já está a preparar a próxima época?
-Estamos a preparar algumas coisas, tentando jogar em antecipação, porque a concorrência é feroz. Temos de ser perspicazes e temos de estar atentos. Mas, para já, ainda temos a final da Taça da Grécia e ainda estamos a viver este momento da conquista do campeonato.