Brasileirão: os treinadores portugueses, as figuras e os craques do futuro
Começa este sábado o Brasileirão e o Palmeiras de Abel é o "alvo a abater". Campeão em 2022, o técnico terá seis compatriotas entre os rivais este ano
Corpo do artigo
Arranca este sábado aquele que é, indiscutivelmente, o mais poderoso campeonato de futebol da América do Sul e, quase seguramente, o mais imprevisível e equilibrado do Mundo. Falamos do campeonato da Série A do Brasil, popularmente conhecido por Brasileirão. São 20 as equipas que vão disputar uma prova que se prolonga por 38 jornadas até ao dia 3 de dezembro e entre estas encontram-se 15 dos 17 clubes que já foram campeões - Guarani e Sport, ambos uma vez titulados, estão na Serie B.
O despedimento de Vítor Pereira reduziu o contingente de treinadores lusos. Abel, Luís Castro e António Oliveira já lá estavam. Renato Paiva, Pedro Caixinha, Ivo Vieira e Pepa chegaram esta época.
Campeão em 2022 e clube mais vezes vitorioso com 11 títulos, o Palmeiras de Abel Ferreira parte como favorito face à qualidade do plantel e ao sucesso do técnico luso que já este ano somou dois troféus: Supercopa do Brasil e Paulistão. O Verdão é o alvo a abater por todos os outros clubes e seis deles são treinados por outros treinadores portugueses. Ou seja, o contingente luso é de mais de um terço dos técnicos, e quase duplicou a presença do ano anterior quando eram quatro. Além de Abel, Luís Castro manteve-se aos comandos do Botafogo, enquanto António Oliveira trocou o Cuiabá pelo Coritiba. Já Vítor Pereira, que em 2022 liderara o Corinthians ao 4.º lugar, foi despedido do comando do Flamengo na passada terça-feira. Fla que, refira-se, ainda não tem substituto e continua a sonhar com um regresso de Jorge Jesus, também ele já campeão brasileiro em 2019. A legião lusa conta ainda com quatro estreantes no Brasileirão. Ivo Vieira substituiu Oliveira no Cuiabá (pelo qual já foi campeão estadual); Pedro Caixinha, depois de ter orientado na época passada o Talleres da Argentina, assumiu o ambicioso projeto do Red Bull Bragantino; Renato Paiva, que fez nome na América do Sul levando o Independiente del Valle ao primeiro título de sempre no Equador, assumiu o recém-promovido Bahia e já celebrou a conquista do título baiano; por fim, Pepa foi o eleito de Ronaldo, dono do Cruzeiro, para pegar na equipa no regresso deste histórico emblema à Série A.
Neste Brasileirão vão participar 15 dos 17 clubes que já se sagraram campeões brasileiros. As exceções são o Guarani e o Sport, ambos com um título.
As ambições e metas dos técnicos lusos neste arranque de época são bem diferentes e apenas Abel Ferreira, desde 2020 à frente do Palmeiras e que entre outros troféus já venceu também duas Taças Libertadores, é um assumido candidato ao título. Os seus maiores rivais, em teoria, serão equipas que nos anos mais recentes têm ocupado os lugares cimeiros casos do Flamengo (campeão em 2019 e 2020), Atlético Mineiro (vencedor da prova em 2021), Internacional ("vice" na época passada e em 2020), Fluminense e Corinthians.
O Botafogo, de Castro, o RB Bragantino, de Caixinha, e o Cruzeiro, de Pepa, apontam a qualificações para as provas internacionais. Já o Coritiba, de António Oliveira, o Cuiabá, de Ivo Vieira, e o Bahia, de Renato Paiva, partem sobretudo com o objetivo de manutenção, isto não querendo dizer que não possam alcançar algo mais, até porque o 12.º lugar vale a presença na Taça Sul-americana.
Esta época fica ainda marcada pelos regressos de quatro antigos campeões. Os já referidos Cruzeiro e Bahia, mas também os históricos Vasco da Gama e Grémio, este último tendo contratado para liderar o ataque o uruguaio Luis Suárez, avançado que brilhou no Ajax, Liverpool e Barcelona e Atlético de Madrid.
16181695
Endrick e Vítor Roque são os craques do futuro
O Brasil é o maior viveiro de futebolistas no mundo e a Série A dá todos os anos a conhecer mais alguns craques, muitos dos acabam por transferir-se para a Europa, cada vez mais em idades precoces. O maior exemplo disso é o palmeirense Endrick. O jovem prodígio, que celebra 17 anos em julho, estreou-se em outubro passado na equipa principal e acabaria por dar o seu contributo na conquista do título. O Real Madrid já ganhou a corrida pelo pupilo de Abel, contudo, este continuará a jogar pelo Verdão até completar 18 anos. A transferência inicial, que pode atingir outros valores com bonús por objetivos, ficou cifrada em 35 M€. Vitor Roque, do Ath. Paranaense, é aos 18 anos a outra estrela emergente mais cobiçada. Já se estreou no escrete e o Furacão terá dificuldade em segurá-lo muito tempo. O Barcelona está muito interessado em contratá-lo mas não está sozinho nessa corrida.