"Bomba" de Villas-Boas na dura semana do Marselha: da tentativa de invasão ao reforço polémico
Pedido de demissão do treinador português "pontua" semana negra do histórico clube francês.
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A atualidade futebolística desta terça-feira fica inevitavelmente marcada pelo pedido de demissão apresentado por André Villas-Boas no Marselha.
Em conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Lens, o treinador português anunciou que pediu a demissão do comando técnico à Direção do clube "por não concordar com a política desportiva" do mesmo.
"Avancei com a minha demissão por não concordar com a política desportiva do clube. Não quero nada do Marselha, não quero dinheiro", afirmou Villas-Boas, citado pelo L'Équipe.
O anúncio caiu como uma "bomba" na imprensa francesa e surgiu numa altura em que o Marselha atravessa uma fase conturbada a nível desportivo e estrutural: além dos maus resultados recentes - quatro derrotas consecutivas após um arranque de época prometedor -, os adeptos tentaram invadir no fim de semana o centro de treinos em protesto contra o presidente Jacques-Henri Eyraud e terão agredido o defesa Álvaro González quando pediam satisfações aos capitães de equipa.
O episódio deixou os funcionários do Olympique "em choque", segundo a própria instituição, e conduziu ao mesmo ao adiamento do jogo com o Rennes, que estava agendado para sábado.
Não é a primeira vez que Eyraud é contestado pelos exigentes adeptos do Marselha, mas a contestação subiu de tom ao longo das últimas semanas. Para Villas-Boas, no entanto, a gota de água terá sido a contratação de Olivier Ntcham, médio francês ex-Celtic que foi anunciado como reforço na segunda-feira, dia de fecho de mercado.
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Segundo Villas-Boas, o jogador nem sequer constava na sua lista de potenciais reforços: "É um jogador que eu não pedi, não estava na nossa lista. Soube da contratação pela imprensa. Não concordo com a política desportiva. Este clube já viveu dois ou três anos praticamente sem reforços", frisou AVB.
Ainda de acordo com o L'Équipe, a Direção do Marselha pediu tempo a André Villas-Boas e não é de descartar que o português ainda esteja no banco na quarta-feira, a orientar a equipa frente ao Lens. O Marselha ocupa a nona posição da tabela da Ligue 1, a 16 pontos do líder Lille, embora com dois jogos a menos.