Em pulgas para jogar a Norte de Portugal a Liga das Nações, Bernardo quer mais. Muito mais.
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Após falhar a saga da conquista do Euro'2016, Bernardo Silva queria dar tudo na Rússia, mas admite que tanto ele como a turma das Quinas deixaram a desejar. Mas há um futuro a sorrir.
Jogar a Taça das Confederações e, sobretudo, o Mundial foi como vingar ter falhado o Europeu conquistado em 2016?
- De certa forma. Mas, a nível pessoal, confesso que fiquei com a sensação de que podia ter feito melhor no Mundial. Não só eu, como toda a equipa. Ficámos todos muito tristes. Só podemos estar ali de quatro em quatro anos... Mas foi a minha primeira experiência pela Seleção Nacional numa grande competição e é completamente diferente de qualquer outra. A prova é curta e os erros pagam-se caro. Jogámos no verão, fazia muito calor, como se verificou em Sotchi, com relva seca e a bola a não circular tão rápido. Houve ali uma série de circunstâncias que dificultaram bastante, além de a competição ser curta e de os erros se pagarem caro, como disse. As seleções não estão descontraídas, joga-se mais à defesa e arrisca-se pouco. Joga-se de uma forma mais fechada, no fundo. A França sagrou-se campeã mundial, tem imensa qualidade, mas jogou quase toda a competição e ganhou-a a jogar em contra-ataque. Aprendi imenso para futuras experiências, mas espero fazer muito melhor nas próximas competições.
O Mundial na Rússia provou que Portugal é uma seleção sobretudo de consumo europeu ou pode mesmo almejar à dimensão mundial?
- Realisticamente falando, andamos lá perto. Em 2006, fomos às meias-finais. Andámos sempre relativamente perto, na verdade. É óbvio que não temos a mesma capacidade de um país como o Brasil, que tem 50 vezes mais habitantes que nós. Nem vou por aí... Basta ires a Espanha ou a França. A nível de "scouting" não é fácil ter tantos jogadores como estas seleções. Mas mesmo sendo um país pequeno, sempre formámos em Portugal grandes jogadores. Com sorte, se conseguirmos juntar algumas gerações boas... Lembro a de 2006. Tinha Figo, Ronaldo, Deco, Ricardo Carvalho e podia ter ganho algo maior. Andou perto, mas acabou por não triunfar. Como Fernando Santos diz sempre, não somos favoritos, mas jogamos sempre para ganhar, sabendo que somos um país mais pequeno.
Agora, vem aí uma Liga das Nações jogada em casa...
- Estou ansioso. Vamos jogar em casa, no Porto e em Guimarães. São só dois jogos e estando nós tão próximos de vencer a prova, com o apoio dos portugueses lá no Norte, podemos dar mais uma alegria.