"Bebi álcool e consumi cocaína durante 25 anos. Estou surpreso por estar vivo"
Declarações de uma antiga promessa do Everton, que terminou a carreira aos 21 anos após enveredar por maus caminhos.
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Billy Kenny está longe de ser um nome famoso no futebol mundial, mas chegou a cotar-se como uma das grandes esperanças do Everton. Na temporada 1992/93, ainda jovem, começou a dar sinais na primeira equipa, mas dois anos depois colocou um ponto final na carreira devido ao consumo de álcool e drogas.
"Nunca tinha bebido uma cerveja até subir para a equipa principal do Everton. Era uma espécie de padrão. Senti que tinha que encaixar-me na equipa porque eu era apenas uma criança na altura. Foi então que bebi álcool e consumi cocaína durante 25 anos sem parar. Foi mesmo sem parar. Estou surpreendido por ainda estar vivo. Limitava-me a levantar, consumia, tinha dois dias de bebedeira, três dias de bebedeira, dois dias de sono, comia comida chinesa e voltava ao mesmo", declarou numa entrevista ao Liverpool Echo.
"A pior parte para mim foi meter o meu pai e a minha mãe nisto tudo porque eu estava completamente fora de mim. Agora, quando penso no que fiz o meu pai e a minha mãe passarem... Fui egoísta. Só queria bebida e drogas. Esse é o meu maior arrependimento e não vai embora: o que fiz ao meu pai e à minha mãe. O meu pai adora futebol, mas houve um momento em que não podia sair de casa porque perguntavam por mim em todos os sítios que ele frequentava: 'O Billy está bem?' Aquilo matava-o", lembrou.
A morte da mãe, conforme sublinha, revelou-se um ponto de viragem numa vida até então desperdiçada. "Teve de ser a minha mãe a dar-me força porque eu sozinho não conseguiria. Eu ainda tenho os meus dias maus, em que tenho esforçar-me muito para manter-me são e sóbrio, mas sinto que a vida está a ser excelente para mim. Estou sóbrio e isso é ótimo. Estou ciente onde errei quando era mais novo. Consigo ver que precisava claramente de ajuda, mas a ajuda não estava lá para mim. Perder a minha mãe foi muito maior do que perder o meu emprego. Para mim, jogar futebol era apenas diversão, mas depois tornou-se algo sério e transformou-se em trabalho. No final de contas, perdi o meu emprego e aquilo tomou conta da minha vida durante 25 anos. Quando a minha mãe morreu, coloquei tudo em perspetiva. Disse ao meu pai: 'Um dia vais voltar a sentir orgulho de mim'. E agora ele está empolgado com tudo isto e orgulhoso de mim. Tive uma segunda chance na vida. Joguei pelo Everton e ninguém pode tirar isso de mim. Gostei. Agora, esta é uma outra parte da minha vida e estou a começar divertir-me", rematou.
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