"Atravessar o Canal da Mancha com um monomotor, de noite e com mau tempo, é uma loucura"
Após a terceira sessão de buscas continuava a não haver vestígios de Emiliano Sala e do piloto
Corpo do artigo
Pelas 20h30 de segunda-feira, desapareceu no Canal da Mancha um pequeno avião que transportava o futebolista Emiliano Sala desde a cidade francesa de Nantes até Cardiff, no País de Gales. Após três sessões de buscas, ainda não há notícias do argentino ou do inglês David Ibbotson, que pilotava a aeronave.
Depois de, no dia anterior, um dos responsáveis pelas buscas ter dito que não acreditava na hipótese de encontrar os corpos com vida, às 9h30 de ontem, a polícia de Guernesey apresentava as seguintes possibilidades: ou aterraram, e ainda não conseguiram estabelecer contactos; ou amararam, e foram recolhidos por um barco (e ainda não estabeleceram contacto), ou entraram no bote salva-vidas que estava no avião, ou estão algures no mar.
A família de Emiliano Sala fez um pedido público no sentido de continuarem as buscas, que estão centradas na zona de Alderney, uma ilha a norte de Guernesey. O avião terá desaparecido dos radares numa área que fica 24 km a norte de Guernesey e, no máximo, terá voado mais três ou quatro quilómetros na direção em que seguiam.
Segundo as opiniões de diversos especialistas, o avião não deveria ter voado com aquelas condições climatéricas. Por exemplo, o argentino Jorge Polanco, comandante e consultor aeronáutico, declarou ao TyC Sports: "Atravessar o Canal da Mancha com um monomotor, de noite e com mau tempo, é uma loucura. Um avião destes não está preparado para voar em más condições. É como voar na Antártida durante o inverno. Um avião deste tamanho pode sofrer um enregelamento e o motor pode parar. Seguramente, foi algo do género que ocorreu", afirmou.
A certa altura do voo, o piloto terá chegado a informar via rádio que precisava de perder altitude, o que, segundo o analista aeronáutico Carlo Rinzelli, pode ter acontecido porque acumulou gelo nas asas ou nas pás da hélice e queria ter uma temperatura mais alta; ou, então, porque poderia estar a chover com muita intensidade e ele pretendia ter maior visibilidade.