ENTREVISTA, PARTE II - Treinador abordou as dificuldades de orientar uma equipa num país “enorme” como o Brasil. Artur Jorge admite que muita gente não acreditava na passagem do Botafogo da fase de grupos da Taça dos Libertadores e que foi um desafio implementar o habitual sistema tático no plantel.
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Acreditava na conquista da Libertadores? O Botafogo não começou da melhor forma...
-De facto, foi uma campanha dura. Estar na equipa que fez dois play-off para chegar à fase de grupos... Eu só peguei na equipa na fase de grupos, na qual tivemos um arranque difícil. Não fiz o primeiro jogo, fiz o segundo, mas perdemos os dois primeiros desafios. As nossas probabilidades de passar à fase de grupos eram, para praticamente toda a gente, nulas. Tivemos uma capacidade de superação, mesmo perante a adversidade. A nossa primeira grande vitória foi, de facto, passar a fase de grupos. Depois, a coragem de poder jogar com três colossos desta competição [Palmeiras, São Paulo e Peñarol], todos eles já vencedores, e que seriam atualmente candidatos. Nos seis jogos que fizemos, fomos superiores em todos eles, vencemos e ultrapassámos cada uma das etapas de uma forma justa para chegar à final. Um jogo de tudo ou nada, no qual a equipa demonstrou todo o potencial, caráter, coragem e competência para ganhar.
Como foi chegar ao Botafogo e implementar o sistema tático que geralmente usa? Foi fácil?
-Nunca é fácil quando chegamos a uma realidade diferente. Falo do clube, do próprio país, e do nível de exigência que se tem. Não só na qualidade das equipas, mas também no número de jogos. Vamos fazer 72 jogos esta época. E não estou a contar os que faltam da Intercontinental e Mundial de Clubes. Nunca é fácil, mas há palavras e há momentos-chave. É a convicção, a coragem, o acreditar no que fazemos. Isto faz com que as coisas possam ser mais fáceis de implementar. Acabámos por ultrapassar as dificuldades. É uma ideia que é muito nossa e não abdicamos dela.