Artur Jorge apresentado no Botafogo: a decisão de deixar o Braga e os jogadores conhecidos de Portugal
Declarações de Artur Jorge, ex-Braga e novo treinador do Botafogo, citado pelo "Globoesporte"
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Decisão de deixar o Braga e seguir para o Botafogo: "Para mim foi muito fácil, até porque, quando na primeira conversa que tivemos com o John para falarmos sobre a possibilidade de avaliar aquilo que eu poderia ter interesse de vir para cá, foi fácil, porque eu conheço a dimensão do Botafogo, sei perfeitamente porque é daqueles clubes que desde muito novos e quem é apaixonado pelo futebol, que é o meu caso, desde sempre que ouvi falar. Quando falamos em Brasil, falámos também em Botafogo."
Mudança: "Não seria muito coerente se dissesse que a minha ideia é manter o que está a ser feito aqui. O meu objetivo neste momento é fazer com que este Botafogo possa ser uma equipa dominante, que tenha coragem, preenchida de valores que cremos que podem identificar e ter uma identidade muito própria. Para que nós possamos, dentro daquilo que é o contexto do plantel que temos, ajustar e determinar aquilo que é nossa ideia de jogo. Para conseguirmos de uma forma muito clara fazer com que os jogadores se adaptem e acreditem naquilo que é a ideia de toda a equipa técnica, para conseguirmos criar uma equipa que possa ter também aquilo que é a identidade da sua equipa técnica."
Plantel com jogadores que atuaram em Portugal: "Conheço todo o plantel que temos à disposição, estamos a falar de um plantel grande demais para aquela que é a minha perspetiva de plantel para atacarmos a temporada. De qualquer forma, nós também somos consumidores do futebol brasileiro. Agora fazemos parte direta, mas éramos consumidores do futebol brasileiro e portanto conhecemos os jogadores que estavam aqui, não reduzimos o nosso conhecimento aos jogadores que trabalhavam ou jogaram na Europa. Conhecemos esses [os que jogaram na Europa e em Portugal] de uma forma mais aprofundada, porque a informação e a visibilidade que tinham lá eram mais próximas, até porque alguns deles jogaram em Portugal, temos essa facilidade. Mas nesta altura, também fizemos o nosso trabalho para ter a maior informação possível. Sabemos da qualidade que existe, e o seu estado emocional, social, de que forma estão comprometidos com aquele que é o projeto que queremos abraçar. Tudo isso faz com que tenhamos esse conhecimento, mas que será sempre aprofundado com o passar do tempo. Estou satisfeito nesta altura com o que tenho visto. Acima de tudo, uma questão importante é o compromisso que temos sentido de todo o plantel em cada um dos treinos para poder ser o mais fiel e rigoroso naquilo que temos disponível. Foram só dois treinos, mas tenho-os visto comprometidos para poder atacar e fazer com que esta seja uma temporada de sucesso para todos nós."
O que espera no Brasil e no Botafogo? "Há uma questão aqui muito importante e compete a nós, enquanto equipa técnica, assim como a própria estrutura, sermos capazes do controlo emocional para conseguirmos gerir as expectativas. Percebo essa questão, e seria muito mais fácil dizer aqui muita coisa que eu não vou dizer. Precisamos de ter essa consciência. Nós temos um longo trabalho pela frente. Vamos trabalhar de forma a criar uma identidade muito forte na equipa, de grande capacidade de abordagem do jogo, intensidade, seriedade, agressividade. Isso são aspectos que controlamos, dominamos e termos que pôr em prática. Aquilo que é importante para nós também é sermos capazes de controlae expectativas, para podermos saber que o caminho é longo. Já temos uma garantia de 63 jogos. Muita coisa vai acontecer, temos tempo para trabalhar, o que não é muito nesta altura para nós. Iremos fazer com que saibamos chegar gradualmente ao ponto que queremos. Sabemos que os adeptos têm expectativas altas. Temos que garantir uma coisa: que seremos sempre uma equipa corajosa, determinada e que possa jogar para ganhar contra quem for, ou quando quer que seja."
Projeto do Botafogo: "É um clube que tem uma necessidade muito grande de se reinventar, reorganizar, de poder voltar a ser a equipa, o clube competitivo que nós precisamos e que os adeptos tanto desejam. E isso faz com que eu possa sentir que este é um desafio e aceitei-o com toda a convicção. Levou-me a pedir para sair do projeto que tinha, porque queria fazer parte deste projeto. E este projeto cativa-me também pela parte desportiva, em que nós temos que ser capazes de poder voltar a ter um Botafogo que possa ser capaz de lutar pelas decisões, pelos lugares cimeiros e por todas as competições. Este ano temos três competições muito importantes para nós. O regresso à Libertadores, ao fim de sete ou oito épocas temporadas de afastamento. Portanto, há aqui condições para nós conseguirmos perceber que competitivamente e em termos desportivos estamos inseridos em todas as grandes competições que dizem respeito àquilo que é, não só a América do Sul, mas também aquilo que é, especificamente, o Brasil. E, portanto, poder abraçar este projeto. Com determinação, com ambição e poder ser mais um a ajudar, porque na verdade é isso que acontece também."