Árbitro quebra o silêncio após "atitude intimidante e agressiva" de Paulo Fonseca
Treinador português do Lyon perdeu a cabeça e arrisca castigo pesado
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Para Paulo Fonseca, a receção de ontem do Lyon ao Brest foi um jogo de extremos: muito bom pelo resultado, um triunfo por 2-1 a deixar a sua equipa mais perto do quinto lugar... mas muito mau por um gesto irrefletido para com o árbitro, que pode vir a custar caro ao treinador português.
Foi já em periodo de compensação que uma jogada do Brest na área do Lyon levou o VAR a aconselhar o árbitro Benoit Millot à visualização da mesma, por possível grande penalidade contra a equipa da casa. Perto do banco, Paulo Fonseca acusava nervosismo, exclamando: “A primeira falta foi deles! A falta foi deles! ” Depois, quando Millot foi ver o lance no ecrã à beira do relvado, Fonseca continuou a reclamar, o que levou o árbitro a exibir-lhe o cartão vermelho. Uma decisão que levou Fonseca a ficar fora de si, encostando mesmo a sua cabeça à do árbitro, numa atitude que pode originar uma sanção pesada.
Benoit Millot quebrou o silêncio sobre o episódio, mostrando-se supreendido com o ocorrido. "Estava fora de controlo. E depois tem a atitude ainda mais impressionante de tentar dar um golpe, uma cabeçada. Fico paralisado, em parte por causa do efeito surpresa, mas sobretudo porque não quero recuar perante esta intimidação. Alguns jogadores vieram empurrá-lo, assim como alguns seguranças, penso eu, e talvez alguns membros da sua equipa. Depois afastou-se, para voltar uma segunda vez. E depois, finalmente, abandonou as imediações da área de jogo. Nem sequer tive tempo de anunciar a decisão final, que era de não atribuir um penálti ao Brest", referiu ao jornal L'Équipe.
"Parece que houve, concretamente, um ligeiro toque de narizes. Fiquei estupefacto com uma atitude particularmente intimidante e agressiva, difícil de imaginar vinda de um treinador profissional. Tentei lidar com a situação mantendo a minha posição. Estou bem. Mas quando voltar a ver as imagens, talvez fique impressionado. Talvez ache muito grave. Em todo o caso, não podemos tolerar este tipo de comportamento", completou.
Segundo o L’Équipe, o regulamento da liga prevê um castigo que “pode ir até aos sete meses”, no pior dos cenários. Na melhor das hipóteses, a suspensão pode ser de dois jogos, como aconteceu ao treinador do Nantes em 2015, Der Zakarian, por ter enfrentado e agarrado o braço de um árbitro.
No campo, o Brest já tinha feito de penálti o 1-0, antes de Lacazette dar a volta ao resultado, com duas assistências por parte de Cherki.