Antero Henrique, diretor-desportivo da Qatar Stars League, abordou a atualidade do futebol português e falou das diferenças entre o mercado do Catar e da Arábia Saudita.
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"Temos tido estabilidade, muito por culpa de Pedro Proença, que dá credibilidade. Os resultados da Seleção são fruto desta estabilidade geral. Não devemos perdê-la. Agora existe um fenómeno interessante, que é o quão inclusiva tem sido esta nova realidade. Todos estamos a ouvir, a falar, a partilhar. Os tempos mudam, vontades, gerações mudam. Estamos num virar de página. Quem está a projetar o futebol português é de confiança", começou por dizer no Thinking Football Summit.
Questionado sobre o mercado saudita, Antero Henrique vincou que o mesmo tem "um projeto diferente" em relação ao do Catar, explicando o processo de recrutamento.
"A Arábia Saudita tem um projeto diferente. Tem outro mediatismo, até pelo efeito Cristiano Ronaldo. A ideia do Catar é mais de sustentabilidade. A nossa fase de negociação, quando se tenta convencer um jogador, é fazer ver o que a liga pode oferecer. Parte financeira é a última componente. E não tem sido difícil. Mercado dá conta da seriedade e do quão desportivo é o projeto. Não há muitos jogadores a saírem do Catar por vontade própria, o país oferece estabilidade, segurança e isso facilita o desejo de manter jogadores e treinadores. Passámos a mensagem ao grande mercado ao contratar 40 sub-21 numa fase inicial. Em Portugal, construímos equipas B, que permitiram continuidade. Aproveitámos essa lacuna em muitos mercados para atrair jovens. O Catar era um mercado de chegada, queríamos que também fosse de partida. Conseguimos tornar-nos atrativos. Isto ajudou-nos a que o processo para o treinador fosse mais fácil, motivou os jovens locais e deu visibilidade a recrutar outro tipo de recursos", rematou.

