André Simões: "Passaram-se duas horas e não tínhamos notícias do árbitro"
Capitão do AEK, André Simões falou a O JOGO e aplaudiu a decisão, por considerar que o dono do PAOK ultrapassou os limites ao entrar armado.
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O Governo grego, através do ministro do Desporto Georgios Vassiliadis, anunciou na segunda-feira a suspensão do campeonato de futebol por tempo indeterminado. Uma decisão que surge na sequência da entrada no relvado do Estádio Tomba do proprietário do PAOK, Ivan Savvidis, com uma arma à cintura depois de o árbitro ter anulado um golo aos 90" que daria o triunfo por 1-0 sobre o AEK de Atenas. Daria, porque o jogo foi cancelado. "Decidimos interromper o campeonato. Não vai começar até que haja um quadro, acordado por todos os clubes, para avançar com condições e regras", explicou o governante, vincando bem que a grande preocupação do executivo passa por "regras muito mais rígidas sobre as questões de segurança".
Uma prioridade que é bem acolhida por parte dos jogadores, como realçou a O JOGO o médio André Simões, capitão do AEK e testemunha do caos provocado pela atitude do dono do PAOK. "Alguém tem de tomar medidas pesadas porque senão isto vai continuar a acontecer", afirmou o antigo jogador do Moreirense. "Quando um presidente entra armado em campo ultrapassa todos os limites. Isto é um incentivo à violência", reforçou André Simões.
"Um presidente armado em campo é um incentivo à violência"
O capitão do AEK explicou que mal soube que o dirigente estava armado "o árbitro abandonou o relvado e fechou-se no balneário". De resto, também foi aí que André Simões e restantes companheiros da equipa se refugiaram. "Passaram-se duas horas e não tínhamos notícias do árbitro. Os responsáveis do AEK disseram que não tínhamos segurança e não havia condições para continuar o jogo porque aquilo era um ato de terrorismo. Depois fomos embora do estádio", sublinhou.
A medida adotada pelo Governo grego não é inédita, pois nos últimos três anos é a terceira vez que o futebol é suspenso devido a atos de violência: em 2015 foram tumultos no dérbi entre o Olympiacos e o AEK; em 2016 foi o fogo posto na casa de um árbitro. Um dirigente armado em campo é o episódio mais recente do caos que reina no futebol grego e que, até ver, está fora de controlo.