Investigação à escala mundial revelou que os três estão entre centenas de protagonistas que movimentam contas em paraísos fiscais
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Os treinadores Carlo Ancelotti (Real Madrid) e Pep Guardiola (Manchester CIty), a par do futebolista Di Maria (Paris Saint-Germain) são os nomes mais sonantes até aqui detetados na mais recente investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas, com o nome de código Pandora Papers.
A revelação de investimentos e depósitos em companhias e sociedades sediadas em paraísos fiscais (isentos de impostos) está a "descobrir a careca" a personalidades de todos os quadrantes geográficos e políticos, desde presidentes a monarcas, passando por presentes e antigos governantes.
Pep Guardiola é um dos apanhados, embora num caso que terá terminado em 2012, ano em que terá deixado de ter conta em Andorra. Segundo um porta-voz do City, o técnico catalão tê-la-á usado para depositar os salários que recebeu, ainda enquanto jogador, do Al-Ahli (Catar), entre 2003 e 2005. Uma amnistia fiscal em Espanha serviu para regularizar a sua situação, refere o espanhol El País. Ancelotti, por sua vez, é referido por montantes recebidos entre 2013 e 2016, aquando do primeiro contrato com o Real Madrid. Terá usado uma companhia com sede nas Ilhas Virgens. Já este ano, o treinador pagou o que devia ao Estado espanhol.
Verbas oriundas, sobretudo, de direitos de imagem passaram pelos paraísos fiscais do planeta. Os treinadores Carloancelotti e Pep Guardiola, assim como o futebolista Di Maria, aparecem visados
Destaque ainda para a revelação de que Angel Di Maria, antigo jogador do Benfica, atualmente ao serviço do Paris Saint-Germain, é um dos visados. Usou uma sociedade no Panamá com os mesmos propósitos que Carlo Ancelotti: depositar as verbas dos direitos de imagem, que não costumam ser declaradas ao nível das regulações das ligas profissionais.
O jornal argentino La Sexta refere que Di Maria é o proprietário da sociedade desde 2009, período em que ainda era jogador da equipa portuguesa, uns meses antes do seu ingresso no Real Madrid. Terá movimentado cerca de oito milhões entre 2013 e 2017, com passagens pelos merengues, Manchester United e agora PSG. Em 2017 acordou com o Estado espanhol o pagamento de uma multa de cerca de dois milhões de euros por não ter declarado aquelas verbas.