Treinador português estreia-se este domingo à frente dos red devils numa deslocação a casa do Ipswich, que ainda não venceu em Portman Road
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É esta tarde que vai ser finalmente satisfeita a (enorme) curiosidade dos adeptos em ver o novo Manchester United de Rúben Amorim. No Estádio de Portman Road, em Ipswich (leste de Inglaterra), o treinador português vai ser posto à prova pela primeira vez num campeonato estrangeiro.
Pela frente, uma equipa que subiu na última época de divisão e que nesta edição da Premier só conseguiu um triunfo em 11 jornadas: foi precisamente na ronda anterior que os Tractor Boys festejaram a primeira vitória... e logo em casa do Tottenham, por 2-1. Como tal, é um Ipswich com os indíces de motivação em alta aquele que hoje apadrinha Amorim, se bem que, ao mesmo tempo, não tenha deixado de ser a pior equipa do campeonato a jogar em casa, somando três empates e duas derrotas nos cinco jogos dentro de portas.
É verdade que o Manchester United também só ganhou uma vez fora de casa esta época (em Southampton por 3-0), mas as estatísticas obtidas por Ten Hag não serão assim tão relevantes para avaliar o potencial deste novo projeto que o português está a burilar.
O treinador disse em conferência de Imprensa que não vai proceder a nenhuma revolução no onze, mas há que esperar pelo menos uma novidade importante: o sistema de jogo, que será semelhante ao utilizado no Sporting. Espera-se um United a evoluir em 3x4x3 logo no jogo de estreia do técnico, que na apresentação deixou bem claro que não há tempo a perder quanto a esta questão.
Contra si, porém, Rúben tem o facto de chegar a esta partida com poucos treinos efetuados na máxima força, não só porque vários elementos só regressaram a Manchester no final da semana devido à participação nos jogos de seleções, mas também pelos elementos que ainda não estão em pleno. Luke Shaw, Mainoo, Malacia e Yoro já treinam, mas dado o tempo que estiveram de fora ainda será cedo para jogarem de início. Lisandro Martínez, Maguire e Lindelof também estão em dúvida.
Numa entrevista a Gary Neville (histórico com 602 jogos no clube), publicada no sábado na “Sky Sports”, Amorim disse que imagina que os “adeptos estejam desconfiados”, depois de se sentirem defraudados com Ten Hag. “Estou muito entusiasmado e não tenho medo de o demonstrar, mas tenho uma ideia clara de que isto demorará tempo. Estou muito feliz, mas sei o que fazer e tenho uma ideia de que vamos sofrer um pouco antes de melhorarmos como devemos melhorar”.
Toda a gente a pressionar alto
Amorim já identificou pontos fracos que quer corrigir na equipa, apontando, por exemplo, que pretende melhorar os índices físicos. “Temos de ser melhores atletas. Não é para eles serem mais magros, é em termos estatísticos. Tens de entender os dados para pressionares alto e saberes quais são os metros, em média, que tens de correr e sprintar”, afirmou, explicando que quer a equipa a “pressionar alto”. Disse também que a equipa perde a bola “demasiado rápido”. “Se não perdermos a bola, podemos puxar mais e pressionar melhor.”