"Alfie Haaland não pensava no filho perfeito, era mais golfe. Jogava todos os dias"
Pai de Haaland destacou-se em Elland Road e Molenaar, seu colega, fala da herança genética entre um médio incansável e um avançado mortífero.
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Robert Molenaar, hoje técnico no futebol neerlandês com passagem recente pelo NAC Breda, foi jogador do Leeds entre 1996 e 2000, acompanhando quase toda a trajetória em Elland Road de Alf Inge Haaland, o pai de Erling, jogador que se situou como uma referência na Premier League, no Forest, Leeds e City.
Ficou associado a uma lesão grave de Roy Keane e a um terrível ajuste de contas do irlandês. Mas foi em Leeds que Alf Inge Haaland mais impacto teve, tendo sido a etapa dentro da qual nasceu o atual portento do City. O menino tinha até como ídolo Erik Bakke, outro norueguês e vendia a admiração com uma camisola do atacante.
"Alfie era um médio de tremenda dimensão e preparação física. Ele podia cobrir grandes distâncias de terreno e era um permanente incómodo para os adversários que andavam na sua zona. Basta perguntar a Roy Keane. Não se encontra relação entre Alfie e Erling no posicionamento, mas no aspeto físico são claras as semelhanças, os genes do pai estão com Haaland. Também impõe respeito aos oponentes", explica Molenaar, que sabe do que fala, pois gozou da alcunha de "Exterminador" em Inglaterra.
Sobre a paternidade de Alf Inge Haaland nesse tempo concreto... era um não assunto.
"Estávamos focados no que fazer no campo, falar de crianças não era um tema. Não falava do filho perfeito. O que mais lembro era o foco de Alfie para jogar golfe nos tempos livres e o seu potencial de handicap 10 abaixo do par. Ele jogava todos os dias, dedicava-se muito!", relata. "Alfie era preguiçoso, não melhorava a sua condição. Se tivéssemos de dar voltas ao campo, ele cortava as curvas. Nunca foi um jogador técnico, o filho também não é. Fizeram-se ambos muito bons com essa particularidade física e cumpriram o que era esperado deles, um como centro-campista incansável e outro artilheiro mortífero", resume.
Produto inacabado
"É impressionante, os registos indicam que pertence ao mais alto nível. Ele dá tudo o que se espera dele em cada jogo. Isso não é fácil", destaca Molenaar. Todos estão siderados como também Dominic Matteo, outro jogador com história no Leeds: "O pai podia correr o dia inteiro! Tinha condição para isso. Era amado pelos adeptos do Leeds, o jogador perfeito pelo seu seu compromisso semanal, físico e mental. Eu adorava o seu sentido de agressividade", confessa Matteo: "Hoje, olho com felicidade para o rosto radiante de Alfie sempre que o filho entra em campo. Erling está feito para bater recordes e ser um dos maiores. E ainda é um produto inacabado, tem muito para dar, especialmente na visão de Guardiola", destaca.
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