Rui Almeida, treinador do Red Star, analisou para O JOGO as forças e fragilidades da seleção francesa. Para o técnico, Portugal tem melhores "talentos individuais" e "muito carácter".
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As armas da França são muitas e boas, mas, se Portugal souber manter-se fiel a si próprio, será capaz de superar a equipa de Didier Deschamps amanhã, na final do campeonato da Europa. Quem o defende é Rui Almeida, treinador português do Red Star, do segundo escalão francês, que aceitou o desafio de O JOGO de escalpelizar o último adversário luso no Europeu.
"A França destaca-se pela qualidade individual dos seus jogadores e isso reflete-se na qualidade coletiva. Mas uma das coisas que o jogo com a Alemanha pôs em evidência foram algumas dificuldades da França em controlar os momentos defensivos, o que é algo que Portugal pode explorar. Julgo que Fernando Santos não vai mandar recuar as linhas, embora por vezes tal possa acontecer, já que os adversários não nos deixam fazer tudo o que desejamos. Há que controlar bem os espaços, ditar os ritmos de jogo e, para isso, temos uma equipa muito madura", refere Rui Almeida, que antevê uns gauleses cautelosos. "O que importa é o que Portugal fizer para contrariar os argumentos adversários. A França vai respeitar muito Portugal e tentar anular as movimentações de Cristiano Ronaldo e Nani", defende Rui Almeida, que acredita numa Seleção Nacional a marcar à zona, mesmo quando Griezmann deambular pelo campo. "Griezmann é um jogador de topo, sim, mas também Cristiano Ronaldo o é. Aliás, até lhe ganhou a Champions esta época. Penso que haverá uma marcação zonal ao atacante francês, com os vários médios e defesas portugueses a cobrirem a sua área de ação. Acredito que, em talentos individuais, a nossa seleção está melhor", acrescenta.
Rui Almeida, que na época passada ficou a um ponto de levar o Red Star ao primeiro escalão francês tendo o mais baixo orçamento da Ligue 2, sente uma certa euforia nos franceses, que já quase, quase saboreiam o título. Apesar disso, o treinador acredita na vitória lusitana. "Há muitos anos que não via uma seleção portuguesa com tanto carácter e há muito mérito de Fernando Santos, ao ter criado uma boa dinâmica de grupo", conclui o técnico de 46 anos.