Palmeiras impõe-se ao River Plate e Abel está a um passo da final da Libertadores
Com uma categórica vitória por 3-0 em Buenos Aires, o emblema paulista deixou o River Plate encostado às cordas e tem tudo a seu favor para lutar pelo título sul-americano de clubes no próximo dia 30, no Maracanã
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Possivelmente nem em sonhos Abel Ferreira terá imaginado a possibilidade de o Palmeiras vencer o River Plate por 3-0, no jogo da primeira mão das meias-finais da Taça Libertadores, disputado em Buenos Aires, no Estádio Libertadores da América, casa do Independiente de Avellaneda que cedeu o recinto aos millonarios.
Um triunfo categórico da equipa paulista treinada pelo técnico português e que tem tudo a seu favor para confirmar na madrugada do dia 13, em Portugal, o apuramento para a final que este ano vai ser disputada no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, dia 30.
Há pouco mais de um ano, o Flamengo de Jorge Jesus impediu o River Plate de levantar o troféu com uma épica reviravolta nos últimos instantes da final disputada em Lima, agora, volta a ser um treinador português a estar em condições de deixar o plantel treinado por Marcelo Gallardo de mãos a abanar.
O primeiro herói da impressionante vitória de ontem começou por ser o guarda-redes Weverton, ao impedir Carrascal de abrir a conta, aos cinco minutos, com uma grande defesa. O River entrou mais forte, determinado em fazer valer o factor casa, mas o Palmeiras, com um meio-campo onde a juventude e irreverência de Gabiel Menino (20 anos), Patrick de Paula (21) e Danilo (19) davam cartas, resistiu e começou a ser também ameaçador para a baliza de Armani - que evitaria no final uma goleada bem mais pesada.
Antes, porém, o guarda-redes internacional argentino ajudou ao sucesso do Palmeiras. Aos 27', Patrick de Paula lançou Menino na direita e este cruzou rasteiro para Luiz Adriano. Armani falha a saída de carrinho e bola sobre para Rony rematar forte para o golo. Antes do intervalo, Gustavo Scarpa voltou a colocar a bola nas redes, mas o tento foi invalidado por fora de jogo, e aos 43', Nacho Fernández cabeceou à barra de Weverton.
A balança começou definitivamente a cair para os brasileiros no recomeço da segunda parte. Uma grande jogada e finalização eficaz de Luiz Adriano valeram o 2-0, aos 47'. Após boa troca de bola entre os jogadores do Palmeiras, Danilo solicita no ataque o experiente avançado internacional brasileiro que, rodando sobre si mesmo, deixa para trás Rojas, e arranca isolado em direção à baliza, batendo Armani com remate rasteiro.
No banco, Abel Ferreira celebrava efusivamente, com bons motivos, enquanto Gallardo revelava preocupação. As coisas não estavam fáceis para o River Plate e pior ficaram aos 60 minutos. Carrascal perdeu a cabeça e depois de derrubar Gabriel Menino ainda o tentou pontapear, não deixando ao árbitro outra alternativa que não fosse exibir-lhe o cartão vermelho. Os argentinos ficavam reduzidos a dez e na sequência do livre, o lateral uruguaio Viña ganhou na área para atirar para o 3-0 final.
Um resultado estupendo para o Palmeiras, que passou a deter o melhor ataque da competição esta época, com 32 golos contra 31 do River Plate, em busca da sua primeira final desde que perdeu a de 2000 para o Boca Juniors (recebe hoje o Santos na outra semifinal), através da marca das grandes penalidades. O Verdão só foi uma vez campeão sul-americano, em 1999 sob o comando de Luiz Felipe Scolari, e conta ainda com desaires nas edições de 1961 e 1968.