Abel bem puxa as orelhas a Patrick de Paula, mas só agora descobriu o piercing que fez o médio perder seis minutos de jogo
Médio do Palmeiras jogava com um piercing clandestino. O árbitro do jogo com o América-MG mandou-o retirá-lo, um desafio que deixou a equipa de Abel Ferreira a jogar com dez... mas pouco: teve dois jogadores assistidos e o adversário revoltado.
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A vitória do Palmeiras (2-1) sobre o América de Minas Gerais, este domingo, ficou marcada por episódio à margem do jogo, literalmente: quando o árbitro se apercebeu que o médio Patrick de Paula exibia um piercing numa orelha, deu-lhe ordem para abandonar o terreno de jogo e retirá-lo. O insólito começou aí, porque foram precisos seis longos minutos para o jogador se livrar do adereço, enquanto a equipa de Abel Ferreira jogava com menos um, mas pouco, na perspetiva mineira. Nesse período, dois atletas do Palmeiras reclamaram assistência médica, o que deixou revoltados os elementos do América-MG, assim impedidos de tirar partido da vantagem numérica.
O piercing lá cedeu, Patrick de Paula voltou ao jogo e, terminado o desafio, correu para as redes sociais a desculpar-se, "em especial com os companheiros". Por essa altura, já fora avisado pelo clube de que será multado.
Na conferência de imprensa, Abel Ferreira teve uma abordagem paternal do incidente. "Trato os meus jogadores como trato as minhas filhas. Quando não dou o que a mais velha quer, ela diz que sou o pior pai do mundo. A mais nova é igual, quando a ponho de castigo. Há alturas em que dizem: 'amo-te, pai, és o maior pai do mundo'. Com os jogadores é o mesmo", explicou o treinador português.
"O Patrick de Paula é um jogador excecional, tem uma qualidade técnica muito acima da média, mas temos de andar sempre a puxar-lhe pelas orelhas. Quando eu estudava, tinha um professor que me puxava pelas orelhas, porque eu fazia muitas asneiras. Fui aprendendo com estes puxões de orelhas, que são dados em casa e não em público", rematou Abel Ferreira.