"A UEFA tem a responsabilidade de impedir a privação do acesso ao mercado"
A A22, empresa promotora da Superliga Europeia, reagiu ao parecer de um advogado do Tribunal de Justiça da União Europeia sobre o caso apresentado pelo trio defensor do projeto.
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A A22, empresa promotora da Superliga Europeia, reagiu esta quinta-feira ao parecer de um advogado do Tribunal de Justiça da União Europeia sobre o caso apresentado pelo trio defensor do projeto.
Esta quinta-feira, Athanasios Rantos considerou que nada impede que uma competição fora da esfera da FIFA e da UEFA seja criada, mas os clubes que decidam integrar essa prova "não poderão continuar a participar em competições organizadas por estas federações sem o seu consentimento".
Assim sendo, caso ambos os órgãos decidam proibir os clubes integrantes de uma eventual Superliga Europeia de participarem nas provas que tutelam, não estará a ser cometida qualquer infração em termos de legislação europeia.
Ora, a A22, presidida por Bernd Reichart, reagiu ao parecer do advogado com uma série de publicações no Twitter em que lembra que o próprio Rantos disse, no âmbito de outro caso judicial, que a UEFA "tem a responsabilidade de impedir que terceiros sejam privados indevidamente do acesso ao mercado".
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"Os clubes e os jogadores devem poder conhecer de antemão as condições para poderem participar em eventos de terceiros. As sanções também devem ser suficientemente clara, previsíveis e proporcionais, para limitar qualquer rasgo de aplicação arbitrária", pode ler-se noutro "tweet".
A empresa recordou ainda outra consideração de Rantos sobre a UEFA, na qual o advogado terá avisado que as medidas disciplinares previstas pelo órgão para os clubes integrantes de uma eventual Superliga "podem ter um impacto na disposição dos clubes e jogadores necessários para formar esta nova prova e, dessa forma, fechar o mercado da organização de competições de futebol na Europa a um potencial concorrente".
Mais tarde, foi a vez do presidente da A22 reagir pessoalmente ao parecer de Rantos, afirmando à empresa que está satisfeito com o "reconhecimento do direito de terceiros poderem organizar competições europeias" e reforçando que a UEFA não deve exercer um monopólio neste campo.
"Acreditamos que os 15 juízes da Grande Câmara encarregues de examinar este caso irão substancialmente mais fundo e irão conceder aos clubes a oportunidade de regerem o seu próprio destino na Europa", rematou.
Recorde-se que, em julho, Real Madrid, Barcelona e Juventus abriram um caso contra a FIFA e a UEFA que chegou ao Tribunal de Justiça da União Europeia, após o trio ter acusado os órgãos de abusos no domínio do mercado que diz respeito às competições europeias de futebol. É esperada uma decisão final em 2023.
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