Numa extensa entrevista à ITV, o astro português falou sobre o impacto do caso Mayogra na sua vida pessoal.
Corpo do artigo
Sabia-se de véspera, pelo excerto adiantado, que a entrevista de Cristiano Ronaldo a Piers Morgan, que na terça-feira à noite foi transmitida na íntegra em Inglaterra pela ITV, fora emotiva ao ponto de o fazer chorar.
Confrontado com imagens em que o pai, já falecido, falava do orgulho que tinha dele, o internacional português não conteve as lágrimas. "Nunca tinha visto este vídeo. Tenho de o mostrar à minha família", comentou, comovido, explicando o escasso contacto com o progenitor. "Ele era alcoólico e nunca tivemos uma conversa normal. É duro", confessou. Admitiu ainda uma profunda tristeza. "Ele nunca me viu receber prémios; o resto da minha família, o meu filho mais velho, todos viram. O meu pai, não. Morreu cedo."
11311077
Num tom mais leve, revelou que a mãe, Dolores Aveiro, está proibida de assistir a jogos importantes ao vivo. "Ela fica muito nervosa e não está autorizada a ver os grandes jogos. Tenho amigos que ficam perto e ela anda às voltas em casa; já desmaiou duas vezes nos estádios. Não tenho pai e não quero perder a minha mãe, por isso disse-lhe: "Não assistes mais a meias-finais ou finais"". Dolores é, para Ronaldo, "o grande pilar da família". Também por ela, frisou, foi um alívio ver encerrado o caso da alegada violação a Kathryn Mayorga. "Se a minha mãe fica nervosa em jogos, imagine quando ouve dizer que o filho pode ser preso por violação. Disse-lhe: "Mãe, relaxa. Tu sabes o filho que tens; não vai acontecer nada."
"Mexeram com a minha dignidade. Tenho namorada, família, filhos. Quando mexem com a dignidade, é duro"
Apesar dessa confiança, não foram tempos fáceis. "Mexeram com a minha dignidade. Tenho namorada, família, filhos. Quando mexem com a dignidade, é duro. Um dia estava na sala a ver televisão com a minha namorada e as notícias falavam sobre "Cristiano Ronaldo, isto e aquilo"; ouvindo os meus filhos a descer as escadas, mudei de canal. Sentia-me envergonhado."
Episódios que, de acordo com o CR7, o levam a confiar totalmente num número limitado de pessoas. "A cem por cento, só confio em quatro pessoas. Não digo quem são, mas tenho confiança total nelas. É o suficiente para mim", sentenciou o capitão da Seleção Nacional.