Lotação do Dragão está esgotada e a SAD vai encaixar mais de 1,5 milhões de euros só de receita de bilheteira. Passagem aos quartos garante cheque de 10,6 M€.
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A missão não se adivinha fácil, mas está longe de ser impossível - não faltam exemplos no passado recente do FC Porto - e a exibição em Itália ajuda a suportar a crença da equipa portista na reversão de uma eliminatória em que, recorde-se, os golos fora de casa não contam a dobrar na eventualidade de um empate.
Ou seja, um triunfo do FC Porto pela margem mínima, sejam quais forem os números, levará o desempate - ao fim de 120 minutos - para as grandes penalidades.
A alimentar ainda mais a esperança dos portistas na "cambalhota" na eliminatória está o histórico caseiro de Sérgio Conceição com equipas italianas. Roma, Juventus, Milan e Lázio já tombaram no Dragão e o treinador espera acrescentar esta noite o nome do Inter à coleção.
Mesmo sem Otávio, castigado, e João Mário, que não recuperou de lesão, os adeptos azuis e brancos confiam no apuramento ao ponto de terem esgotado a lotação do Dragão com duas semanas de antecedência para um jogo, literalmente, de milhões. Em causa, além da vertente desportiva, que pode dar a terceira presença do FC Porto de Sérgio Conceição nos quartos de final da Liga dos Campeões - a nona do clube desde que a prova é disputada nos moldes atuais - está um encaixe financeiro que pode ser superior a 12 milhões de euros. Uma verba que, por exemplo, seria suficiente para anular o resultado negativo do exercício do primeiro semestre. Uma parte, pouco mais de 1,5 milhões de euros, já está a caminho dos cofres da SAD e resulta apenas da receita da venda de bilhetes; a fatia maior, que são 10,6 M€, está dependente da eliminação dos italianos, já que é esse o valor que cada um dos clubes apurados para a fase seguinte da Champions irá receber por parte da UEFA. Isto sem contar com o valor que os portistas terão direito pelos direitos de transmissão do jogo e também da publicidade.
Os tais 1,5 milhões de euros já garantidos pela venda dos cerca de 50 mil ingressos representam a maior receita dos últimos anos, até porque todos os adeptos tiveram de comprar a entrada. Os detentores de lugar anual com a Europa tinham incluída apenas a presença nos jogos da fase de grupos. Com vários preçários disponíveis, a entrada mais barata custava 25 euros e a mais cara - neste caso para o público em geral - 120 euros. Só a vinda dos cerca de 2500 adeptos do Inter de Milão significa um encaixe de 150 mil euros, visto que cada lugar no setor visitante custava 60 euros. Nestes mais de 1,5 milhões de euros de bilheteira, sublinhe-se, está incluído o IVA, que desde 2012 passou a ser de 23 por cento nos bilhetes para eventos desportivos e que, naturalmente, terá de ser descontado.