A implementação da Liga Europa 2 (LE2), a partir de 2021/22, poderá afetar negativamente as equipas portuguesas na futura Liga Europa 1 (LE1), caso Portugal se mantenha no atual sétimo lugar no ranking da UEFA. Mantendo-se a presente classificação, daqui a duas épocas e meia, os emblemas lusos perdem o acesso direto à fase de grupos da LE1 e duas das atuais três vagas na atual competição são relegadas para a LE2.
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A decisão do Comité Executivo da UEFA foi anunciada domingo, dia em que a lista de acessos para as três competições, a disputar na temporada 21/22, foi disponibilizada no seu site. O documento é claro no que diz respeito às vagas para as três provas, cujo quadro competitivo só não é alterado na Liga dos Campeões, onde o sétimo classificado - o posto que Portugal ocupa - mantém o seu campeão com acesso direto à fase de grupos e o segundo classificado à terceira pré-eliminatória de qualificação.
As alterações na LE1 são relevantes e com impactos que afetam as chamadas ligas médias e pequenas. Para começar, a fase de grupos passa a ser disputada por 32 equipas, ao contrário das 48 atuais, redução que obriga a refazer a lista de acesso em função da existência da terceira competição. Desde logo, conforme o documento, perdem as atuais vagas diretas na fase de grupos os países classificados entre o sétimo e o 12.º lugares do ranking europeu, posições que estavam destinadas aos vencedores das taças nacionais.
Portugal, Bélgica, Ucrânia, Turquia, Holanda e Áustria perdem as vagas diretas na Liga Europa 1, passando os seus terceiros classificados (ou vencedores de taças) a estar obrigados à disputa de um play-off.
A própria lista de acesso da UEFA deixa de referir-se, nesse item, a vencedores de taças e remete para o play-off de acesso à fase de grupos os terceiros classificados dos campeonatos nacionais classificados entre o sétimo e o 12.º lugares, todos eles com uma única vaga na LE1. Ou seja, se fosse usado o coeficiente por país da UEFA ao dia de hoje, apenas a Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha, França e Rússia teriam vagas diretas na fase de grupos LE1.
Os restantes seis - Portugal, Bélgica, Ucrânia, Turquia, Holanda e Áustria - perdem as vagas diretas, passando os seus terceiros classificados (ou vencedores de taças) a estar obrigados à disputa de um play-off. Em suma, o terceiro classificado da I Liga ou o vencedor da Taça de Portugal (a decidir pela tutela futebolística nacional) terão de disputar um play-off de acesso à Liga Europa 1, se a nossa classificação for, então, igual à de hoje.
O quarto e o quinto classificados da I Liga (dependendo do vencedor da Taça) estarão obrigados a disputar, respetivamente, a terceira e a segunda pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga Europa 2, além de um play-off imediatamente antes da competição por grupos.
Tal, além da despromoção à terceira divisão europeia, implica - como já aconteceu este ano -, que os qualificados pela via do campeonato ou da taça para as ligas Europa tenham de começar a competir bem mais cedo que as restantes equipas da I Liga.