"Motivos passionais" originaram invasão: "Surreal, os jogadores estão traumatizados"

"Motivos passionais" originaram invasão: "Surreal, os jogadores estão traumatizados"

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Francisco Sebe

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António Godinho, presidente da Ovarense, detalha a O JOGO os contornos da invasão levada a cabo à residência de dois atletas do clube alvinegro, denunciada pela empresa de agenciamento Brasil Soccer Academy.

O presidente da Ovarense explicou, em exclusivo a O JOGO, que a invasão à residência de dois jogadores do clube alvinegro, na madrugada de segunda-feira, esteve relacionada com "motivos passionais".

Em exclusivo a O JOGO, António Godinho repudiou "por completo" os atos e detalhou as ocorrências que levaram a empresa de agenciamento de jogadores Brasil Soccer Academy - que aponta mesmo a "tentativa de homicídio" - a apresentar uma denúncia no posto da PSP de Ovar. "Essas pessoas não são adeptos da Ovarense nem o clube os aceita como tal. Foram atos cometidos por criminosos, que repudiamos. Damos toda a solidariedade às vítimas, que, neste caso, são atletas e não só. Às famílias, aos representantes... Isto nem é o clube nem são adeptos da Ovarense", vincou o líder dos vareiros.

A Brasil Soccer Academy denunciou, ainda, insultos racistas contra os jogadores, algo que, em comunicado emitido entretanto, a Ovarense também repudiou: "É nossa intenção reforçar que todos e todas que pratiquem atos racistas, xenófobos ou discriminatórios jamais terão as portas do nosso clube abertas. Mais do que simplesmente nos demarcarmos de indivíduos que não poderão nunca, sob este cenário, reclamar para si a condição de nossos adeptos, enquanto instituição queremos participar e ser uma voz ativa no combate a todo o tipo de episódios desta natureza."

Os jogadores em questão, Hudson (médio do plantel principal) e Cadú (dos juniores), foram obrigados a fugir para a zona das matas do Furadouro e estão, segundo Godinho, "traumatizados". "Estão transtornados, traumatizados, é uma realidade que para nós, em Ovar, parece um filme de ação. Imagine o que é ter um grupo de meia-dúzia de encapuzados a entrar em casa às 4h30 da madrugada. Tiveram de fugir, esconderam-se na zona do pinhal. O Hudson e o Cadú nem estão cá em Ovar, autorizados pelo clube. Não queremos estar a pressioná-los seja com o que for. Possíveis saídas? Não creio que isso aconteça. Na Ovarense eles estão felizes, confortáveis, têm uma situação estável dentro e fora do futebol. Mas isto foi algo surreal", vincou o dirigente máximo alvinegro, que confirmou a apresentação de uma queixa às autoridades. Na habitação residem ainda outros dois indivíduos.

"Mal soube da situação, acompanhei-os até à polícia para estarem a corrente de tudo, já tivemos uma conversa com o comandante da PSP em relação ao jogo do próximo fim de semana. Houve uma participação, que seguiu para as instâncias competentes. Esperamos que justiça seja feita. Seja com atletas do clube, ou não, isto é algo completamente inadequado", rematou António Godinho ao nosso jornal.