"Sentimos que o Belenenses se pode bater com qualquer equipa da Liga SABSEG"
Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.
Xavi Fernandes marcou um dos golos dos lisboetas na eliminação do Torreense da Taça de Portugal. Médio chegou ao Restelo depois de uma época na Liga SABSEG, ao serviço do Estrela da Amadora, que não correu muito bem. O criativo esteve quase cinco meses de fora, por causa de uma lesão.
O Belenenses foi um dos destaques da última eliminatória da Taça de Portugal. O histórico clube do Restelo, atualmente na Liga 3, venceu em casa, por 3-1, o Torreense e é uma das equipas presentes na terceira eliminatória da prova, onde vai jogar no terreno da Sanjoanense.
Xavi Fernandes marcou um grande golo nesse encontro e, a O JOGO, contou como é atuar num emblema com tanta história, que surgiu na sua carreira após uma época complicada no Estrela da Amadora, no qual esteve cinco meses de fora devido a lesão.
Como é que conseguiu marcar aquele golo?
-Foi um pouco instintivo. A meio do jogo, principalmente naquela zona do campo, ao pé da grande área, tinha de rematar à baliza. Correu bem, felizmente, mas o mais importante é que o golo colocou na altura a equipa em vantagem e contribuiu para a vitória. Conseguimos passar à próxima fase da Taça de Portugal.
O que significou este triunfo frente ao Torreense?
-Foi bom para manter o bom momento da equipa e para nos dar motivação para o campeonato, que é a nossa prioridade. Apesar de estarmos na Liga 3, sentimos que nos podemos bater com qualquer equipa da Liga SABSEG. Sabemos o que é a pressão de jogar no Belenenses, que é um clube enorme e com uma massa adepta muito exigente, mas é um peso que sabe bem.
No ano passado estava no Estrela da Amadora e agora está na Liga 3 a representar o Belenenses. Não sente que foi um passo atrás na carreira?
-Não, porque no ano passado tive uma lesão grave que me afastou quase cinco meses dos relvados. Não foi um ano feliz. Apesar de estar num escalão inferior, sinto-me com mais destaque e a subir mais na carreira do que na época passada.
Sente que, após a lesão que sofreu, este é o projeto ideal para si?
-Sem dúvida, estou numa casa em que gostam muito de mim e gosto muito das pessoas com quem trabalho, sentia necessidade de estar feliz e de ter minutos de jogo. Quando estamos a gostar do que fazemos, as coisas saem naturalmente; é o que está a acontecer e está a refletir-se dentro de campo, com boas exibições.
É especial jogar num clube histórico como o Belenenses?
-É uma sensação incrível, mas também uma grande responsabilidade. Já tinha jogado num histórico [Estrela da Amadora], sei que carregamos connosco um peso gigante de toda a massa adepta por trás. Não somos só onze em campo. São todos os atletas do plantel e toda a bancada, temos muita gente a torcer para ganhar. Entrámos em todos os jogos para ganhar, seja contra clubes da Liga 3, Liga SABSEG ou Liga Bwin.
Tinha noção do que era o clube antes de assinar?
-Sim, tinha amigos a jogar no Belenenses e sabia que já nos distritais tinham um impacto gigante, sempre com muito apoio. Logo, já tinha ideia do que era.
Já apontou três golos esta época. Era algo que esperava por esta altura?
-Está dentro dos objetivos que tinha traçado para o início da temporada. Num coletivo, marcar golos e a fazer assistências nem sempre é o mais importante, mas dá confiança. Quando o faço, é sinal que estou mais perto das metas que tracei. Portanto, até agora a época está a correr bem, espero que continue assim.
Sente que a passagem pelo segundo escalão foi importante para ser melhor jogador no Belenenses?
-Claro, até porque os anos de adversidade também nos fazem crescer mais do que os períodos bons. Depois, ao ultrapassar o que ultrapassei tornei-me um jogador melhor; vim de lá mais versátil, joguei em muitas posições que não estava habituado, a ponta-de-lança, defesa-direito e esquerdo e extremo. Saí de lá um jogador melhor do que era.
No Restelo reencontrou no comando técnico Bruno Dias, com quem já tinha trabalhado no Sacavenense. Foi um elemento decisivo para aceitar este projeto?
-Foi com ele que tive o primeiro contacto antes de assinar pelo Belenenses e, em parte, foi ele que me convenceu. Depois, fui contactado por outras pessoas do clube e assinei contrato.
Como é trabalhar com este treinador?
-Já o conhecia de quando joguei no Sacavenense. A principal característica dele é ser muito exigente. Também é humilde, mas obriga-nos a estar no limite e sermos melhores a cada dia que passa.
Um estilo diferente do homónimo do Barcelona
A alcunha Xavi vem do nome Xavier, mas também do facto de o pai ser fã do antigo médio do Barcelona, que agora é treinador do clube catalão.
"Ele adorava-o e deu-me esse nome. O meu pai é Fernandes, o Xavi Hernández até é parecido. Mas, apesar de jogarmos na mesma posição, ele estava uns furos acima de mim, tinha uma capacidade de passe tremenda. Quando era pequeno, tentava replicar o que ele fazia em campo, mas sinto que sou um médio diferente", considera o criativo do Belenenses, que se descreve "como um jogador de equipa". "Sou muito humilde e trabalho muito em prol da equipa. Mas quando tenho oportunidade gosto de marcar e fazer assistências."