"William, és um mentiroso" e as tochas sobre Patrício nas palavras de Bruno de Carvalho em tribunal
Ex-presidente do Sporting explicou telefonema para Mustafá à frente dos jogadores e ainda a situação, no jogo com o Benfica, em que voaram tochas para a área onde estava Rui Patrício
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A reunião, em Alvalade, com os jogadores do Sporting, em que Bruno de Carvalho fez um telefonema para o líder da Juve Leo foi abordada no depoimento do ex-presidente no Tribunal do Barreiro. No interrogatório, divulgado esta terça-feira pela CMTV, pode ouvir-se ainda o arguido a explicar a queda das tochas na área de Rui Patrício, aquando do dérbi com o Benfica.
Reunião com jogadores: "O William Carvalho virou-se para mim e disse a seguinte coisa, linda de se dizer a um presidente: 'Julga que nós não sabemos que você nos mandou bater'? Eu vou até à porta [ligar a Nuno Mendes, Mustafá] - portanto não saio de dentro da sala, não combinado nada com ninguém - ele atende-me o telefone, eu ponho em voz alta e disse: 'meu caro, como é que é, eu mandei bater em alguém?' e ele sem saber minimamente o que é estava a acontecer diz-me assim: 'mas eu não estou a perceber a pergunta, não estou a perceber'. 'Estou a perguntar se mandei bater em alguém, essa do partir carros então, para mim é nova, nunca tinha ouvido falar em semelhante coisa. Mandei bater em alguém?' 'Não'. Eu desligo o telefone e disse: 'William, és um mentiroso. Espero que agora todos os teus colegas tenham percebido que és um mentiroso de facto".
Tochas: "Eu fui falar com os responsáveis das quatro claques atrás da baliza que ninguém sabia de quem era. Era isso que eu gostava que vocês percebessem todos. Ninguém sabia se aquela ia ser a baliza do Rui Patrício. Ainda não tinha sido feito a moeda ao ar. A única coisa que fui lá dizer-lhes [...] foi que se somos recebidos na casa do nosso rival com sons a imitar o very light que matou um dos nossos adeptos nos anos 80, nós vamos fazer o seguinte: em vitória e só em caso de vitória, vocês podem saltar para cima da passadeira e põem duas bandeiras. Agora eu pergunto: e se não fosse o Rui Patrício naquela baliza, se fosse o guarda-redes do Benfica, eles tinham esperado pela segunda parte? Parece-me que há aí muita infantilidade dessas pessoas que andavam a mandar sms, mas isso eu não tenho culpa nenhuma, disso não quero nada saber, mas acho que há muita infantilidade, então tiveram uma sorte descomunal, porque Deus deu-lhes o dom do Rui Patrício ficar naquela baliza, o que é excepcional, visto que normalmente essas coreografias, nunca são feitas na segunda parte. Portanto, não podem ficar a pensar, bem eles não mandavam na primeira porque era o guarda-redes do Benfica, mandavam na segunda."