Fulcral também no remate em Vila do Conde, com o primeiro golo pelas águias, mostrou uma grande virtude do seu futebol, diz a O JOGO quem o enfrentou várias vezes, como o técnico Martin Schmidt
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Julian Weigl tornou-se figura determinante no triunfo do Benfica em Vila do Conde, que permitiu às águias "encostar" ao FC Porto no topo da classificação da Liga.
O regresso dos encarnados às vitórias passou muito pelo golo, de cabeça, do médio alemão, autor do 2-1 a três minutos dos 90". Mas não foi só nisso que Weigl se viu: o camisola 28 do Benfica foi o médio mais eficaz no passe, pondo com isso, a equipa a funcionar. Um aspeto onde, quem o conhece, vê o seu ponto mais forte.
"Weigl é uma máquina de passe, principalmente o vertical. Não pára, é um jogador muito importante numa equipa que quer ter bola", conta a O JOGO o técnico Martin Schmidt, ele que treinou Augsburgo, Wolfsburgo e Mainz, enfrentando várias vezes o agora atleta das águias.
Frente ao Rio Ave, a "máquina" mostrou argumentos ao nível dos passes certos, onde teve uma eficácia de 88 por cento, superando o desempenho dos colegas Gabriel (78%) e Taarabt (69%). Em passes para a frente, acertou 79 por cento das vezes, batendo também aí o luso-brasileiro, com 59% e o marroquino, só com 50.
"Weigl não pára, é um jogador muito importante numa equipa que quer ter a bola. A precisão de passe, a circulação, são o verdadeiro Weigl"
Schmidt, que viu o jogo das águias com o Rio Ave, acredita que estes são sinais do crescimento do internacional alemão, ele que já estava ser alvo de algumas críticas: "O que estão agora a ver, essa precisão de passe e a circulação são o verdadeiro Weigl."
Em Vila do Conde, Weigl estreou-se a marcar pelos encarnados e fez, também, pela primeira vez na carreira sénior um tento de cabeça. Antes, pelo Dortmund, tinha quatro, todos eles de pé direito e de fora da área. Decisivo no triunfo encarnado, ao fazer o 2-1 da reviravolta, Weigl já pesara no passado no triunfo do Dortmund frente ao Sporting, em 2016/17, na Champions: o seu golo aí, então o 2-0, pesou no 2-1 final. E ontem o médio voltou a festejar nas redes sociais o tento e a vitória: "Três pontos, venha o próximo."
"Sozinho" em 4x3x3 é o ideal
O esquema mais favorável ao tipo de futebol de Weigl é, na opinião de Martin Schmidt, o 4x3x3. "O seu melhor momento foi quando jogou no Dortmund com Thomas Tuchel em 4x3x3. Quando está sozinho atrás tem grande eficácia", aponta. Cinco vezes internacional pela Alemanha, quando ainda jogava pelo Dortmund, Julian Weigl vê com dificuldade um regresso, pelo menos para ser titular. "Weigl é um bom jogador para ser chamado a um lote de 23 ou 25, mas tem a forte concorrência de Kimmich, Can, Goretzka ou Gundogan", diz Schmidt.