Vitória tem a defesa mais jovem da I Liga, mas os miúdos "estão aptos para o teste"
Fernando Meira, antigo central formado no Vitória, não tem dúvidas que a defesa mais jovem do campeonato tem condições para superar uma prova de fogo como o dérbi minhoto. Contra o Casa Pia, a defesa em que Moreno Teixeira apostou foi a que registou uma média de idades mais baixa nas 21 jornadas que disputou no campeonato. Regresso de Bamba vai ajudar a baixar a média.
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No domingo, no Jamor, o Vitória de Guimarães apresentou a defesa mais jovem nesta edição do campeonato. Com Miguel Maga (20 anos), André Amaro (20), Tounkara (21) e Afonso Freitas (21) no quarteto defensivo, a média de idades contra o Casa Pia foi de 20,75, ultrapassando o registo da melhor média obtida na receção ao Santa Clara, na sexta jornada (21,6 anos).
Com o regresso ao onze de Ibrahima Bamba, após castigo cumprido diante dos casapianos, no dérbi caseiro de segunda-feira contra o Braga, o Vitória poderá apresentar uma defesa ainda mais jovem se Mikel Villanueva não recuperar da lesão muscular que o impediu de jogar em Oeiras. Com o quinteto Maga, Amaro, Bamba, Tounkara e Afonso Freitas, a média de idades será de 20,6, ligeiramente inferior à do encontro frente ao Casa Pia.
Formado no Vitória, Fernando Meira, antigo central que, curiosamente, se estreou num dérbi minhoto - a 12 de maio de 1996, em Braga -, considera que "Maga, Amaro, Bamba, Tounkara, Afonso Freitas e Dani Silva [frente ao Casa Pia, recuou, em situações defensivas, para terceiro central] já deram mais do que provas que estão aptos para este tipo de testes".
O ex-internacional, que fez 59 jogos pelo Vitória antes de jogar em clubes como Benfica, Estugarda e Zenit, defende que "no futebol atual a idade não é um problema". "Os grandes clubes procuram jovens jogadores com potencial e qualidade, que tenham vontade de aparecer e fome de bola. Isso é essencial nas grandes equipas", salienta.
Meira vê "com bons olhos" a aposta na juventude em Guimarães. "O Vitória precisa de vender, tem uma formação fortíssima. Esta oportunidade de os miúdos se afirmarem na equipa principal transmite-lhes motivação, vontade de singrar e ambição para poderem dar o salto para outro patamar e, eventualmente, serem vendidos num curto espaço de tempo", avalia o antigo jogador.
Defesa mais jovem da jornada
A aposta do Vitória na juventude ficou, uma vez mais, demonstrada na última jornada. A média de idades do quarteto defensivo em que Moreno apostou inicialmente (20,75, ver peça à parte) foi muito inferior à das restantes 17 equipas. A que mais se aproximou dos números dos vitorianos foi a do Famalicão, que nos Açores (triunfo por 3-1 sobre o Santa Clara) registou uma média de idades de 23 anos, com o quarteto constituído por Penetra (21), Mihaj (24), Riccieli ( 24) e Moura (23). A terceira defesa mais jovem foi a do Estoril que, em casa, diante do Paços de Ferreira (1-3) apresentou uma média de 24,25, com Tiago Santos (20), Vital (22), Pedro Álvaro (22) e Joãozinho (33).
Na receção ao Rio Ave (1-0), o FC Porto foi a equipa que jogou com uma defesa com uma média de idades mais velha (31,5 anos), seguida do Casa Pia (30,6 contra o V. Guimarães), Marítimo (28,2 na derrota por 2-1 no Algarve, diante do Portimonense) e Braga (28 na Pedreira, frente ao Arouca). Quatro equipas "andaram na casa" dos 27 anos: Gil Vicente (27, 75), Benfica (27,5), Paços de Ferreira (27,25) e Vizela (27).