Vítor Bruno substitui Conceição e ninguém o vê como adjunto: "É como se fosse um só"
É descrito como um líder, um profissional muito exigente e amigo dos jogadores. Com Sérgio Conceição na bancada, esta sexta-feira está ao comando.
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Vítor Bruno vai assumir esta sexta-feira o papel de treinador principal do FC Porto, numa altura em que Sérgio Conceição cumpre um castigo de 21 dias que o impede de estar no banco com Famalicão, Benfica, Farense e Rio Ave.
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Licenciado em Educação Física e com 38 anos de idade, o adjunto portista trabalha com Conceição desde 2011, altura em que assinaram pelo Olhanense, passando depois por Académica, Braga, V. Guimarães e Nantes, até chegarem ao Dragão. Hernâni foi um dos jogadores que trabalharam com a dupla (2017/18 e 2018/19) e até esteve num jogo em que o número 2 substituiu o líder. Como agora, basicamente. "Os jogadores respeitam bastante o míster Vítor Bruno e não o veem como um adjunto. É um treinador exigente, mas ao mesmo tempo muito próximo dos jogadores. Tem a preocupação de estar sempre perto para perceber as necessidades de cada um", assegura o antigo jogador do FC Porto e atualmente nos árabes do Al-Wehda, emprestado pelo Levante.
Como escrevemos, jogar com Vítor Bruno no banco e Sérgio Conceição na bancada foi uma experiência que Hernâni viveu em 2018/19. "Foi com o Boavista. Sabíamos o que tínhamos de fazer dentro do campo e ele passava a informação necessária para cada momento do jogo", recorda, destacando a cumplicidade que existe entre ambos. "A mensagem que o míster Conceição queria passar está incutida no discurso do míster Vítor Bruno. É como se fosse um só. A mensagem é a mesma", reforçou.
"Tinha indicações de que era um líder e não só um simples preparador físico"
Em matéria de perfil, Augusto Inácio é mais uma boa ajuda para o traçar. O técnico foi o primeiro a trabalhar com Vítor Bruno em Portugal e também não o vê muito mais tempo como um número 2. O convite surgiu com toda a naturalidade, até porque eram amigos de longa data. "Conheci-o através do pai, o Vítor Manuel, de quem sou muito amigo. Passávamos férias no Algarve e estávamos sempre juntos", revela o treinador, recordando que, antes do convite que endereçou para formarem equipa técnica, teve oportunidade de conhecer de perto o seu trabalho: "Fui para Angola, para o Interclube, e ele e o pai estavam no 1º de Agosto. Tive conhecimento do trabalho que ele estava a realizar, inclusive no campo, e daquilo que tinha estudado. E as indicações que eu tinha eram de que ele era um líder e não um simples preparador físico."
Em 2009, Vítor regressou a Portugal e foi então convidado por Inácio. "Surgiu a oportunidade de o levar comigo para a Naval, porque fazia-me falta mais um elemento na equipa técnica. Ele aceitou e pude comprovar que, além de um excelente profissional, é um conhecedor daquilo que faz. Seguia as minhas diretrizes, mas dava-lhe liberdade para o trabalho dele. Gostou de trabalhar comigo e fomos para o Leixões, mas infelizmente aquilo que não correu bem e saímos", recordou.
A relação profissional entre os dois terminou em 2011, altura em que Vítor Bruno recebeu o convite de Conceição. "A primeira coisa que fez foi ligar-me. Disse-lhe que era uma boa oportunidade de trabalhar com um grande treinador, jovem, e que não devia rejeitar o convite", conta. "Pediu-me muita desculpa por aceitar e foi então trabalhar com o Sérgio Conceição. Isso mostra o caráter do Vítor", destaca. A amizade, essa, manteve-se.
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