Declarações de Vítor Bruno na apresentação como novo treinador do FC Porto, sucedendo a Sérgio Conceição.
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Desafios: "O principal desafio é colocar a equipa a ganhar. De uma forma ou de outra, vai ter de acontecer. Olhar para o ouro da casa, não é uma solução de recurso. Havendo valor, é preciso ter de coragem de assumir, percebendo que terão de associar o talento à capacidade de trabalhar. Não lhes vou dar descanso. Será uma solução de primeira e não de recurso. Claro que é preciso uma mistura, mas sou daqueles que não hesita em apostar quando tiver de o fazer. Se tivermos à espera do momento certo, nunca avançamos. Tendo conhecimento do que passa aqui, não devemos hesitar. Os alvos que vieram de fora, serão identificados e que teremos de olhar de forma minuciosa e com total critério. Temos de estar seguros e firmes no sentido de levar o FC Porto ao sucesso."
Os objetivos para as próximas duas épocas e o plantel: "Nesta casa, no FC Porto, toda a gente tem de ser viciada em ganhar. Portanto, os objetivos são sempre imutáveis no tempo, seja comigo ou com qualquer outro treinador. E falamos em todas as competições que vamos abraçar. Não nos vamos encolher em nenhum momento. Agora, sabemos que vai ser uma época difícil. Em relação ao plantel, é algo que tem de ser atalhado, temos de atacar porque o tempo é precioso e estamos a desperdiçá-lo com questões que não são as mais importantes. Agora à tarde, já vamos atacar esse tema, a definição do plantel e a planificação da época. Eu confio muito nas pessoas da estrutura, no Andoni Zubizarreta e no Jorge Costa. Têm muita experiência acumulada. Teremos de ter um olhar cirúrgico porque sabemos de algumas dificuldades que, neste momento, estão em causa no FC Porto. Mas faremos sempre um olhar muito criterioso e minucioso daquilo que temos ao nosso dispor e canalizaremos a nossa atenção para alvos que são realmente possíveis de concretizar. Também temos de olhar para dentro. Muita gente fala em prata da casa, mas, para mim, tem de ser o ouro da casa. Há muito valor aqui dentro. Muitas vezes temos a tendência a subestimar quem está connosco e olhar para quem vem de fora como um aporte de valor. Há muita gente talentosa aqui dentro, muita gente que tem de perceber que o momento faz a oportunidade. A mim, sangra-me o coração perceber que determinados talentos não aproveitam aquilo que têm. E nisso, eu não lhes vou dar absoluto descanso em nenhum momento. Quando eu sentir que eles são capazes e têm capacidade para dar, aportar e emergir no plantel profissional do FC Porto, vou andar em cima deles. Eu e a minha equipa técnica, porque sentimos que esse é um dos caminhos para trilhar em termos de sucesso."
Desgaste ao longo destas sete temporadas como adjunto do FC Porto e a nova função com os mesmos jogadores: "Todo este desgaste foi acontecendo de forma natural. A equipa técnica viveu tudo de forma muita intensa. Mas, em nenhum momento, esse desgaste foi passado para fora, nós conseguimos circunscrever ao nosso espaço. Era algo que já era visível e que foi partilhado entre mim e o Sérgio Conceição a poucos dias do final da época. Em relação aos jogadores, eu tenho a certeza absoluta de que eles me conhecem. Eles sabem como me comportei, sempre com a verdade, a autenticidade e a garantir aquilo que era o máximo sucesso para o FC Porto. Agora, num papel diferente, não vou mudar aquilo que sou. Sou fiel aquilo que sempre me ensinaram de berço. Terei um papel diferente em tomadas de decisão, mas tentarei sempre ser o mais justo possível. Em alguns momentos, não serei. Mas isso é a vida do treinador."