Declarações de Vítor Bruno, treinador do FC Porto, após o triunfo por 2-0 na receção ao Rio Ave, na terceira jornada da I Liga
Corpo do artigo
Assobios: “Em relação aos muitos assobios, sinceramente eu não ouvi muitos assobios, ouvi alguns, mas é algo que eu gosto. É sinal da exigência de uma casa que sempre foi exigente. Eu quero gente exigente. Exigente com os jogadores, exigente comigo, que nos mantenha sempre alerta e vigilante. Não concordo com a inconsistência da primeira para a segunda parte. A primeira parte é arrebatadora, fizemos dois golos, podíamos ter feito mais quatro ou cinco e não era favor nenhum. A segunda parte não tendo sido tão exuberante como a primeira, é uma segunda parte em que temos claramente cinco ou seis momento para fazer golo claro. Tendo-os feito, estávamos a falar de números diferentes e se calhar estávamos a falar de algo com uma história que não aquela que acabou por suceder. São dois golos de diferença, podiam ter sido mais. Interessa-nos muito também manter a consistência do ponto de vista defensivo, perceber que a equipa está segura, está sólida, vai revelando maturidade à medida que os jogos vão passando e isso a mim deixa-me muito feliz. Acaba por ser o retrato fiel do que foi acontecendo.”
Ineficácia na segunda parte preocupa “Preocupava-me mais se não estivéssemos a criar a quantidade louca de oportunidades que temos criado. A verdade é essa. Fico muito contente pelo facto de termos dado passos em frente em relação aos que fizemos nos Açores, com o Santa Clara, que foi uma segunda parte em que gerimos em demasia o jogo. Obviamente que hoje, a espaços, na segunda parte, acabámos por gerir, mas nunca deixámos de ter o olhar na baliza do Rio Ave e fomos criando situações mais do que suficientes para fazer o terceiro, quarto, quinto golos. Isso para mim é claro e acho que ficou à vista de toda a gente que assistiu ao jogo.”
Minuto 77, grande oportunidade para o Rio Ave: “Estamos a falar em 96, 97 minutos, um caso isolado. Contra um adversário que tem qualidade, que tem valia, quem vem de ua vitória frente ao Farense e que faz um golo em Alvalade, que tem nuances com bola com dinâmicas riquíssimas que nós castrámos em completo na primeira parte. Parece-me demasiado redutor apontar um lance em que o Rio Ave chega de forma tímida à nossa baliza. Nós temos 12, 13 ou 14 ocasiões claras e não estamos a pegar por aí. Parece-me olhar para o jogo de uma forma redutora. Não fico satisfeito, queremos sempre jogos perfeitos, a bater à porta da perfeição, mas nem sempre vai acontecer. O que me deixa muito satisfeito é, perante uma semana difícil do ponto de vista emocional, em que temos gerir coisas do ponto de vista individual, quem pode sair, quem não pode, notícias, especulações… Ninguém consegue ficar indiferente. Estamos a falar de sentimentos, de seres humanos. E foi uma prova brutal de maturidade da equipa, agarrando-se ao jogo como tinha de agarrar e fazendo uma exibição a bater a porta da perfeição na primeira parte, a segunda nem tanto, mas com lances suficientes para fazer um resultado completamente diferente.”
Já pensa no Sporting? “Quando sair daqui vou começar a pensar no Sporting, sim.”