Dragões de Farioli sofreram apenas um golo, na própria baliza, e só permitiram dez remates enquadrados aos adversários em seis jornadas. Setor defensivo, alvo de muitas mexidas e de várias baixas por lesões, tem resistido com estabilidade. Nos últimos 35 anos, só por mais três vezes a equipa teve registo semelhante. Bednarek é o novo patrão
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Um golo sofrido em seis jornadas não é um registo inédito, mas é histórico e um excelente prenuncio para o FC Porto de Francesco Farioli. Basta dizer que nos últimos 35 anos apenas aconteceu mais três vezes nos dragões: em 1991/92, com Carlos Alberto Silva, em 2007/08, com Jesualdo Ferreira, e em 2027/18, com Sérgio Conceição. Todos terminaram os respetivos campeonatos com a festejar o título nacional e nem sequer tinham iniciado a sétima jornada só com vitórias, como vai acontecer agora.
Nada está ganho, naturalmente, mas é inegável que o FC Porto está no caminho certo à custa de um ataque letal e eficaz, mas também de uma defesa sólida e praticamente intransponível. Só o Sporting tem um golo registado contra os portistas e foi marcado na própria baliza por Nehuén Pérez. Isto numa equipa que recebeu três novos centrais - Bednarek, o novo patrão da defesa, Kiwior e Prpic - e um lateral direito - Alberto Costa - no mercado de verão. Uma autêntica revolução que não fez sequer abanar os pilares de uma estrutura defensiva. Aliás, nem as contratações nem a onda de lesões que tem assolado a equipa neste arranque de temporada. Recorde-se que Moura, Alberto Costa, Martim Fernandes e Nehuén Pérez estão ou já estiveram entregues aos cuidados do departamento médico e mesmo assim a equipa pouco permite aos adversários.
De acordo com as estatísticas, o FC Porto orientado por Francesco Farioli permitiu 64 remates aos seis adversários que defrontou, média de 6,4 por partida, mas destes apenas 10 foram à baliza de Diogo Costa, ou seja menos de dois por jogo. Aliás, só em Alvalade, no jogo mais complicado do calendário, é que permitiu teve mais remates à baliza, ainda assim apenas três dos 20 que os leões fizeram. Ou seja, a grande maioria foi ao lado ou intercetado. Por outro lado, o Casa Pia não conseguiu enquadrar um único disparo dos sete que tentou. Em Vila do Conde, na sexta-feira, voltou a permitir apenas dois remates, que Diogo Costa resolveu sem grandes dificuldades.
Muito à custa desta solidez defensiva trabalhada no Olival, o FC Porto continua invencível esta temporada, mas Farioli sabe que nada está ganho e tem procurado colocar água na fervura. "Temos de trabalhar, de manter este nível de entusiasmo nos adeptos, mas não podemos ser estúpidos e considerar-nos melhores do que aquilo que somos. Depois do Sporting, disse que em dois meses iam ver como a equipa mudaria. Há dois meses não se falava tão bem da equipa. Não pode ser que seja tudo passado. Não éramos tão maus antes, nem tão bons agora. Não podemos é baixar os padrões. Temos de nos esforçar ainda mais. Espero um grande salto na mentalidade, porque temos de ter a capacidade de ter o controlo e não o perder. Somos uma equipa jovem, temos de aprender rápido", alertou na sala de Imprensa de Vila do Conde.