Dragões já começaram a limpar e a desmatar a zona onde será construído o futuro Centro de Alto Rendimento, em Gaia. Passos finais para o início das obras passam pela autorização da movimentação das terras, seguido do pedido de licenciamento da obra, que se prevê aconteça no primeiro trimestre de 2026
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A construção do Centro de Alto Rendimento do FC Porto, em Gaia, entrou nas últimas etapas. Os terrenos onde será posteriormente construída a infraestrutura, que foi promessa eleitoral de André Villas-Boas, já estão a ser limpos. A desmatação será concluída em breve, sabe O JOGO, e entretanto o clube já submeteu - e pagou - junto dos serviços camarários o pedido de licenciamento para movimentação das terras. A expectativa é de este que seja aprovado nas próximas semanas, permitindo então que as máquinas entrem em ação no terreno para o terraplanar e preparar as obras de edificação.
Essa etapa prevê-se que dure cerca de oito meses, mas a construção poderá arrancar a meio. Ou seja, não precisa que esteja tudo concluído ao nível do solo. Recorde-se que boa parte dos 31 hectares adquiridos pelo FC Porto têm declive, o que obrigará a trabalhos extra e reforço das estruturas que vão nascer a cerca de 500 metros do centro de treinos do Olival.
O processo começou com o Pedido de Informação Prévia (PIP), submetido pela SAD portista em novembro de 2024, sob o novo enquadramento da Lei dos Solos. Em abril deste ano, foi, finalmente, publicado em Diário da República o novo Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, permitindo, após o devido licenciamento, a edificação do novo complexo desportivo. Por essa altura, o clube efetivou a compra dos terrenos e, em maio, foi assinado o protocolo entre a Câmara e o clube para a construção do CAR. Os últimos passos estão agora a ser dados e se os prazos previstos se mantiverem, as obras arrancarão em 2026.
O CAR tem um custo previsto próximo dos 35 milhões de euros e um prazo de construção de cerca de 30 meses, embora ao fim de 18 meses já possa ser utilizado pela equipa principal. O espaço poderá, inclusive, vir a ser utilizado por uma seleção durante o Mundial de 2030. O projeto prevê a construção de um estádio para dois mil espectadores, um total de cinco campos de futebol (um deles sintético), além de hotel com 42 quartos, auditório com 56 lugares, refeitório, ginásio, spa, áreas de fisioterapia e hidroterapia, bem como 200 lugares de estacionamento. No fundo, integrará dois núcleos: um vocacionado para a equipa principal e outro para as outras equipas profissionais: a B e os sub-19.
Através de uma solução urbanística, arquitetónica e paisagística, de autoria do arquiteto Silva Garcia, será preservada e reconstruída uma ruína que foi encontrada nos terrenos, assim como alguns leitos de águas pluviais. Numa segunda fase, o complexo poderá ainda ter uma dimensão de interesse público, na zona mais perto do rio, possibilitando o apoio a atividades de natureza social, cultural, recreativa e educativa abertas à população, a serem desenvolvidas em parceria com a autarquia gaiense.