Vitinha fixou-se no meio-campo do FC Porto há um mês e os efeitos estão à vista
Na comparação entre os três homens mais utilizados no meio-campo, Vítor só fica atrás de Uribe na parte defensiva, mas sem destoar. Junta o rigor na construção à influência na manobra ofensiva.
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Fez ontem um mês desde que Vitinha regressou ao onze do FC Porto para de lá não voltar a sair.
O médio acumulou seis titularidades noutros tantos jogos realizados em dezembro, num período feliz para a equipa e que cimentou a influência do jogador.
É algo fácil de perceber para quem assiste às partidas e reforçado numa viagem mais aprofundada aos números. Mais do que os dois golos marcados e o outro oferecido neste último período, as médias por 90" em encontros para o campeonato, Liga dos Campeões e Taça de Portugal realçam a pegada de Vitinha nos parâmetros de construção, defesa e ataque, segundo dados recolhidos no portal "Wyscout". Conforme mostra a infografia abaixo, que compara Vítor Ferreira, Matheus Uribe e Sérgio Oliveira, os três médios mais utilizados até ao momento por Sérgio Conceição, o vencedor da Youth League só não lidera nos itens defensivos, sem no entanto ficar distante do colombiano, ele sim intocável desde o início da temporada. Por outro lado, se cingirmos a amostra apenas à Liga Bwin, Vitinha, 21 anos, é o médio mais bem sucedido nos duelos defensivos (65%) e só fica atrás e Zaidu nas interceções por 90". No fundo, quem não acompanhar os azuis e brancos e observar estes dados seria bem capaz de adivinhar quem são os médios do momento.
Como Vítor já revelou esta época, o treinador desafia-o a ser rápido na distribuição e nem a velocidade de execução lhe retira eficácia, mesmo quando a dificuldade da entrega é maior, como é o caso dos passes para o último terço e dos passes longos. Neste último item, por exemplo, do meio-campo para a frente, só Luis Díaz exibe melhores números números, com 77% de eficácia. O extremo é o melhor marcador da equipa (14 golos) e o principal desequilibrador, mas Vitinha, uns metros mais atrás no campo, também começa a crescer na manobra ofensiva. Dezembro trouxe-lhe os primeiros golos, frente a Portimonense, no primeiro jogo do mês, e diante do Benfica, e ajudou-o a ser um dos principais atiradores da equipa. Só Otávio (32) e os goleadores Taremi (56) e Díaz (58) remataram mais vezes do que Vitinha, que tão pouco se dá mal no um para um: os 54% de sucesso nos duelos ofensivos sobressaem entre os médios e até são superiores aos de Otávio, Díaz, Taremi e Evanilson.
Não é nada de anormal, pois as funções que estes desempenham conduzem-nos a muitos mais lances deste género, mas não deixa de demonstrar a abrangência do rendimento de Vitinha. Foi o últimos dos centrocampistas a ter uma oportunidade no onze titular (19 de setembro) e agora, como contou em entrevista a O JOGO, está a "desfrutar de cada momento".