Treinador do Marselha voltou a traçar objetivo de azul e branco, mas diz que é "de futuro".
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André Villas-Boas está naturalmente à espera que o FC Porto se sagre campeão nacional, como fez questão de frisar aos jornalistas, durante o estágio que o Marselha cumpriu no Algarve.
"O FC Porto entrou nesta reta final depois de ter ultrapassado grandes obstáculos", disse, aludindo à recuperação levada a cabo ainda antes da paragem do campeonato. "Espero que chegue ao título. No ano passado, perdemos a vantagem pontual e não conseguimos ser campeões, pelo que seria bom regressar novamente aos triunfos", acrescentou, falando na perspetiva de adepto do FC Porto, a quem falta apenas um ponto para festejar.
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O treinador do Marselha reconheceu ainda que, em situações normais, "distâncias de seis ou sete pontos eram suficientes para se ganhar vantagem e espaço de manobra que levaria o primeiro classificado até ao título", algo que, no entanto, não aconteceu nos últimos dois anos. "Na época passada, o FC Porto perdeu essa vantagem e agora inverteram-se esses papéis, com o Benfica a perder vários pontos para o FC Porto. Não é normal, não é comum, até porque os grandes não costumam perdem tantos pontos. Apesar disso, este facto também é um bom sinal para o campeonato português, porque, de certa forma, podemos dizer que há um reforço de competitividade", frisou.
Em termos de futuro, Villas-Boas continua a ser pragmático e aponta, no imediato, para o projeto do Marselha. "A minha ambição de carreira de treinador sempre foi curta. Comecei em 2009 com a meta de acabar em 2023 ou 2024. Isso depende um pouco das circunstâncias. Onde estiver, como estiver e o que estiver a acontecer. Neste momento, sinto-me bem em Marselha", atirou, referindo-se ao "equilíbrio do clube", pesem as saídas de Zubizarreta e do Albert Valentin. "São dois grandes amigos e eram importantes na estrutura do clube. A minha ida para o Marselha deve-se a eles. Mas as coisas estão mais calmas e a funcionar bem", explicou. "Resta-me um ano de contrato e, depois, mais uns desafios, sem querer saltar etapas. É quase impossível definir os próximos passos, se bem que gostaria ainda de treinar uma seleção e de disputar um Campeonato do Mundo de seleções. Talvez em 2022, no Catar", argumenta, com um sorriso cúmplice.
"Uma das minhas grandes ambições é comandar o clube do meu coração"
André Villas-Boas também voltou a abordar a possibilidade de se candidatar à presidência do FC Porto, tendo determinado que esse é um dos seus "objetivos" de vida. "Vamos ver o que acontece, mas há muitas implicações. Essa é uma das minhas grandes ambições, comandar o clube do meu coração, pelo que espero que se concretize. Não sei se será um dos meus próximos objetivos, mas será sempre um objetivo de futuro", rematou.