André Villas-Boas foi entrevistado na noite desta sexta-feira, pelo Porto Canal, onde relembrou o início de carreira no FC Porto.
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Recorde de Mourinho por bater: "Ninguém sabe, mas eu levei comigo uma frustração enorme por não ter igualado os 86 pontos de José Mourinho. Fiquei fulo. Custou-me".
O que o fez falar com Bobby Robson: "Foi o adepto do FC Porto que me fez ir falar com Bobby Roson. O Domingos era o meu ídolo e ele era suplente e eu não percebia porquê que ele era suplente com seis golos e o Iuran era titular com dois golos. Essa era a típica substituição dele, o Domingos para o lugar do Iuran. A primeira vez que me cruzei com o Bobby Robson foi o dia em que ele foi ver a casa e a segunda vez foi quando parei a bicicleta e vejo que o Honda cinzento dele estava estacionado no seu lugar e aproveito, pensei que 'tem de ser agora' para saber o porquê de o Domingos não jogar a titular".
Sporting: "Estivemos perto de chegar a acordo mas eu tento fazer com os meus adjuntos o que o Mourinho fez connosco em alguns tempos da sua carreira. Não senti que estavam a protegê-los e disse que não. Depois renovo com a Académica, há insistência do Sporting em fevereiro e há contactos. Porém, vou jogar a Guimarães pela Académica e no caminho passámos em frente a este estádio [do Dragão] e disse que era aqui que queria estar".
Momento em que tudo começou no FC Porto: "O Nélson Puga [médico] vem ter comigo ao balneário e diz que o Antero Henrique queria falar comigo. Foi o que originou o processo".
Usar o castigo de Hulk e Sapunaru para motivar a equipa: "O que fazíamos era usar uma série de objetivos internos e carregávamos nisso. Começámos nesse ponto. No dia da minha apresentação eu pus por trás de mim uma imagem das declarações do Benfica. E andava à volta do castigo do Hulk e do Sapunaru. Trouxemos muito esse momento ao longo da época. Inclusive no discurso antes de sermos campeões. Usámos sempre esses objetivos internos".
Supertaça: "A imprensa de Lisboa já estava a cozinhar a Supertaça. Tínhamos um relvado em péssimas condições, só quem lá estava é que podia ter visto isto. A mim custou-me ver isso. Há um detalhe, nessa altura estávamos à procura do capitão de equipa. Tínhamos feito vários testes, havia a hipótese de tentar convencer o Raúl a ficar, mas ele não estava inclinado para isso. Andávamos à procura do capitão certo. O Bruno Alves e o Raúl queriam sair e havia um vazio que foi sentido naquele estágio particular, não queriam liderar a equipa. Nesses dias senti-me inseguro".