Villas-Boas e o portal da transparência: "Tampão à corrupção e troca de favores"
André Villas-Boas discursou esta terça-feira na 18.ª Conferência do Conselho da Europa dos Ministros do Desporto, na Alfândega do Porto
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André Villas-Boas discursou esta terça-feira na 18.ª Conferência do Conselho da Europa dos Ministros do Desporto, na Alfândega do Porto. Garantindo um clube que "estará e quer estar no centro das discussões críticas que marcarão o futuro", deu o exemplo do portal da transparência, recentemente lançado.
"O portal da transparência que lançamos resulta de um compromisso que assumimos com os nossos sócios e com o mundo do desporto. O Futebol Clube do Porto tornou pública toda a informação relevante sobre matérias institucionais, organizacionais, económico-financeiras, de planeamento e contratuais. Em conformidade com os mais elevados padrões internacionais de transparência e acesso à informação, prestamos sempre as nossas contas. Tornamos transparente todas as formas e proveniências de financiamento, a rastreabilidade das transferências de atletas e a natureza dos contratos: um tampão a qualquer operação que favoreça a criação de terreno fértil à corrupção ou à troca de favores. A própria UEFA elogiou publicamente este passo que demos em nome da integridade e que esperamos se torne uma regra entre outros clubes. Descrição e secretismo no decorrer de negócios não tem de terminar em opacidade", afirmou.
De resto, Villas-Boas garantiu que o FC Porto não virará "a cara à denúncia, à cooperação ativa com as autoridades e as instâncias judiciais." "Assim o temos feito diariamente. Queremos e desejamos que muitas das entidades nacionais governamentais e as instituições ligadas ao desporto invistam cada vez mais na auto-regulação, na execução da lei mas também sejam capazes de passar da omissão e da passividade para a condenação pública e judicial cada que vez que estivermos perante atos bárbaros de violência, discriminação e corrupção ativa e passiva no desporto português. Esses são os tempos que não queremos de volta ao futebol português e onde os seus verdadeiros adeptos não se reconhecem. Hoje urge a ação e não o silêncio. Muito respeitamos o trabalho que nos trouxe até aqui e estamos carregados de expectativas. O 'terreno' precisa de mais apoio, de ver consequências reais e efetivas, de ter razões palpáveis para dizer de peito aberto que no desporto, efetivamente, o crime não é compensador", rematou.