Vieira aperta cinto no Benfica para 2021/22: cortes na massa salarial e reforços de baixo custo
Líder dos encarnados, em consonância com Rui Costa, Soares Oliveira e Jorge Jesus, aponta para uma redução drástica de custos, tanto ao nível das contratações como, ainda, no âmbito salarial.
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A planificação da próxima temporada está em marcha nos gabinetes do Seixal e da Luz e, embora não possam ainda ser traçadas as linhas finais do esboço de 2021/22, já foi assumido internamente que a nova temporada terá de ser, forçosamente, de contenção de despesas a todos os níveis. Luís Filipe Vieira, com o acordo do administrador-executivo, Domingos Soares Oliveira, do vice-presidente para o futebol, Rui Costa, e do treinador, Jorge Jesus, determinou que, depois de um histórico investimento na última época - foram mais de 100 milhões de euros, embora diluídos, em grande parte, a longo prazo -, agora não é aconselhável e não se afigura possível que a SAD tenha condições para arriscar um novo ataque desta dimensão ao mercado.
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Pelo contrário, segundo O JOGO apurou, as linhas do futuro imediato apontam para uma reestruturação do plantel em que irá prevalecer o apertar do cinto. As contratações de 20 (ou mais) milhões da temporada em curso não se irão repetir, estando previsto o investimento em reforços menos dispendiosos, tanto no valor da transferência como no salário que irão auferir. Na SAD acredita-se que é possível haver maior critério na escolha e que a aposta, não exclusiva, no mercado nacional pode ser complementada com a vinda de jogadores de outros campeonatos mas ainda sem o mediatismo que habitualmente custa milhões, juntando-lhe a inclusão no plantel de formados no Seixal.
Em paralelo, também está a ser traçado um plano que permita um corte na massa salarial, inflacionada no início da época atual devido à aposta feita em jogadores já com estatuto, como Vertonghen, Otamendi e Everton, ou em jovens com alguma projeção, casos de Darwin e Waldschmidt, além das renovações de elementos vistos como pilares no plantel. Esta política provocou uma inflação no volume salarial, que agora os dirigentes pretendem atenuar. Este objetivo passará, em parte, pela possibilidade de venda de alguns futebolistas com um peso salarial significativo e com pouco espaço no plantel e pela vinda de reforços a ganhar menos.
Decisão: Jesus já sabe que não deverá ter mais reforços de "estatuto" 20 milhões
Este é o caminho que os responsáveis encarnados planeiam seguir, mas o maior número de furos do cinto dependerá de fatores externos. Haverá corte, mas a sua dimensão dependerá do apuramento para a próxima edição da Liga dos Campeões, que permite um encaixe a rondar os 40 milhões, o mesmo que não entrou no arranque da época devido à derrota com o PAOK e que provocou uma espécie de sismo cujas ondas de reflexão ainda se sentem nas contas encarnadas.
Isso determinará o montante a amealhar com vendas de ativos, sendo que essa necessidade existe de qualquer maneira, mas influenciará o tamanho do buraco que terá de ser tapado, se verbas a rondar os 50 milhões ou acima disso. No mesmo sentido, e estando o mercado de transferências retraído, a SAD estará mais dependente das propostas que cheguem, ao ponto de influenciarem também se na rota de saída entrarão ou não alguns dos pesos-pesados do plantel atual.