Diante do Feirense, Jonas ficou em branco e o Benfica só chegou aos golos após a entrada de Jiménez e a mudança para o 4-4-2.
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Adaptado por Rui Vitória desde a deslocação ao terreno do Vitória de Guimarães, à 11ª jornada, o 4-3-3 passou a ser o sistema preferencial dos encarnados, em detrimento do 4-4-2. A mudança deu frutos, mas nos últimos encontros, o líder do campeonato marcou apenas um golo de bola de corrida no novo modelo tático. Raúl Jiménez foi o único a contrariar a tendência, pois antes de marcar o 2-1 com o V. Setúbal de penálti, e numa altura em que Seferovic já estava em ação, tinha feito o tento do empate após cruzamento de Rafa. Em casa, com o Aves, foi com dois avançados que os encarnados chegaram ao triunfo por 2-0, situação igualmente repetida com o Feirense. E contra o V. Guimarães, Jonas faturou o 1-0 de grande penalidade, sendo que o segundo tiro certeiro do Pistolas chegou com assistência de... Jiménez.
No entender de Sérgio Vieira, ex-treinador do Moreirense, que defrontou o Benfica no fecho da primeira volta em Moreira de Cónegos, trata-se de um "simples momento", resultante dos "intervenientes" em campo, mas não só. "O Benfica teve algumas dificuldades em Setúbal e com o V. Guimarães e isso explica-se também porque os próprios adversários estão mais entrosados nesta fase da época", afirma Sérgio Vieira a O JOGO.
Já José Sousa, ex-lateral das águias e agora treinador, admite que os adversários assimilaram as ideias do 4x3x3 e têm dificultado a tarefa. "Há que realçar que os lances de bola parada que possam dar golo são consequência de jogadas corridas. Não quero dizer que o 4x3x3 esteja a esgotar-se neste momento, mas o 4x4x2 gasto voltou a estar na moda. É uma riqueza para uma equipa ter a possibilidade de recorrer a outro sistema como solução", comenta, entendendo que os adversários já não estão rotinados a esse sistema como antes.
Corredor esquerdo mais dinâmico
Para José Sousa, o entendimento no corredor esquerdo das águias é superior ao flanco oposto. "Para mim, o segredo do 4x3x3 do Benfica reside na forte dinâmica e na capacidade de trabalhar em triângulos. À esquerda, com Krovinovic, Grimaldo e Cervi funcionava na perfeição e com a entrada do Zivkokic também continua a funcionar", considera José Sousa, reconhecendo que no flanco oposto, com Pizzi, Salvio/Rafa e André Almeida há diferenças. "A ala direita trabalha, mas não com a mesma qualidade que a ala esquerda", diz.