Com maioria na SAD e com poder de veto, o clube da Luz pretende, sabe O JOGO, impedir John Textor de adquirir 25% do capital da sociedade, vendo-o até como tendo interesses concorrentes às águias.
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O acordo entre José António dos Santos, principal acionista individual da Benfica, SAD, e John Textor para a transação de 25 por cento do capital da sociedade benfiquista para as mãos do empresário norte-americano não tem pernas para andar, pois segundo apurou O JOGO o plano será chumbado pelo Benfica.
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Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SAD benfiquista revelou ter sido informada que o negócio entre o empresário conhecido como "rei dos frangos" e John Textor deveria ser concluído até 15 de setembro, dependente de diversas condições, mas na perspetiva do Benfica, e de acordo com informações recolhidas por O JOGO, o investidor norte-americano tem interesses concorrentes com a SAD encarnada. Isto porque o clube da Luz entende que o facto de Textor ser sócio maioritário da fuboTV, um serviço de streaming televisivo focado no desporto - e no qual há um pacote, o Portuguese Plus, que permite assistir à BTV, assim como à RTP3, RTP Internacional e RTP Açores -, e ter também uma academia de futebol na Flórida são factores que chocam com a SAD benfiquista.
Durante o dia de quarta-feira, e em novo documento enviado ao regulador do mercado, a sociedade encarnada frisou que a aquisição de 25 por cento das ações por parte de John Textor, "prevista ocorrer até 15 de setembro de 2021" está "sujeita à verificação de determinadas condições, em especial a aprovação da aquisição daquela participação pelo Sport Lisboa e Benfica em Assembleia Geral da Benfica SAD". E o clube da Luz - a quem, que de acordo com o prospeto do empréstimo obrigacionista 2020-2024, lançado este mês, "são imputáveis direitos de voto inerentes a 15.404.856 ações representativas de 66,98% do capital social e dos direitos de voto da Benfica SAD" - tem poder total nesta matéria, pois, ainda segundo os estatutos da sociedade, tem não só direito de veto sobre decisões como "é necessária a unanimidade dos votos" relativos às ações de categoria A, todas na posse do Benfica, para ser aprovada a "aquisição, direta ou indireta, de ações representativas de mais de 2% do capital social da Sociedade por uma entidade concorrente". Algo que a Direção agora liderada por Rui Costa entende verificar-se.