Declarações de Vasco Seabra, treinador do Arouca, na antevisão da receção ao Farense na quarta eliminatória da Taça de Portugal, agendada para este sábado, às 15h00
Corpo do artigo
Farense virá vingar a derrota para o campeonato? "Mais até do que uma própria vingança, cada jogo tem a sua história, estamos em competições distintas e também já mudámos aqui o treinador. Vamos ter um Farense com muita alma, com muita dedicação, com muita entrega. A equipa tem vindo a mostrar atitude muito competitiva, muito proativa no jogo. Sabemos que vamos ter um Farense difícil, fisicamente uma equipa muito forte também, capaz de provocar muitas dificuldades, o jogo terá muitas incidências de duelo, de contacto e, portanto, sabemos que vai ser um jogo muito exigente e com essa exigência nós sabemos que temos que lidar, temos no mínimo dos mínimos que igualar para depois naquilo que também são os nossos propósitos e as nossas intenções colocar-nos para cima, à frente, porque temos muita ambição, temos muita vontade de ganhar, de seguir em frente também na taça, porque é uma competição muito especial, toda a gente gosta de jogar, toda a gente gosta de chegar o mais longe possível e, por isso, nós não fugimos à regra, temos um grupo de jogadores muito empenhado, por isso queremos agarrar-nos a isso, trazer sensações boas para a equipa e trazer-nos vitória também."
Balanço da paragem: "Temos um grupo com muita alegria, com muita energia, com uma crença e uma convicção muito grande naquilo que temos vindo a passar, temos sentido uma abertura muito grande deles e temos sentido crescimento daquilo que é a assimilação das ideias, assimilação do processo, tanto em termos defensivos como ofensivos e também um aumento daquilo que é o ritmo em termos daquilo que queremos fazer as coisas, ou seja, parece-nos sempre, enquanto treinadores, que é sempre pouco tempo, ou seja, que precisamos sempre treinar mais alguma coisa, mas sabemos que temos que ir aos bocadinhos, temos que ir crescendo para que os jogadores consigam assimilar e que essa assimilação seja profunda, não uma coisa que passamos tudo e depois os jogadores acabam por andar meios perdidos e meios perturbados com tanta informação que foi dita. Por isso, aquilo que sentimos é que foram duas semanas muito proveitosas para nós, em que sentimos crescimento da equipa e sentimos aproximação, essencialmente, àquilo que nós queremos fazer e, ao mesmo tempo, capacidade para podermos olhar para o jogo e sentirmos que estamos mais próximos daquilo que queremos fazer e mais próximos de sermos competitivos e termos esta ambição, esta vontade de ganhar, esta paixão pelo jogo que tem que nos caracterizar, caracterizar as pessoas da Arouca, caracterizar agentes, nós temos que também aculturar-nos, ter os nossos jogadores aculturados àquilo que é também a dimensão do clube onde jogamos para termos, depois, os resultados que nós pretendemos também."
Já esteve na final da Taça da Liga, pelo Estoril... A Direção do Arouca pediu-lhe algum objetivo para a Taça? "A esse nível, não, O que foi traçado com a administração, e isto é a realidade, é que temos que trabalhar muito para tentar ganhar jogos. Quais? Todos. A gente diz muitas vezes aos nossos jogadores, em casa, fora e pelo caminho, porque mesmo que a gente pare na estação de serviço, se aparecer lá alguém, a gente tem que jogar para ganhar. Ou seja, isso é ponto assente. Por isso, em todos os jogos, jogos de treino, em todos os exercícios, aquilo que foi o nosso compromisso e aquilo que é a nossa ligação com os nossos jogadores, é que competimos sempre. Nós, quanto àqueles que estão do outro lado, se é em treino, nós temos que ganhar, aqueles têm que perder, e se é em jogo, ou o que quer que seja, nós temos que competir desta forma. Por isso, independentemente de mudarmos o padrão da competição, para nós as competições, os jogos, gostamos de ganhar. Gostamos de ganhar. Gostamos muito pouco daqueles que não se importam de não ganhar. Desses é que a gente não gosta. A gente gosta é dos que ficam realmente tristes quando não ganham, e aqueles que querem ter essa ambição. Por isso, fomos à final da Taça da Liga ano passado, jogadores diferentes, clube diferente também. Um momento que me orgulha e que me deixa muito feliz, com aquele sorriso meio amarelo porque precisávamos ter ganho esse jogo. Agora, nesta competição, que é muito especial, o Jamor é também muito mítico e muito especial, para nós portugueses ainda mais, aquilo que vamos passando aos jogadores que são de outras nacionalidades é fazer-lhes passar um bocadinho também este calor que temos todos de poder fazer alguma coisa diferente e especial também porque todos queremos viver novas experiências, novos desafios, transportar o nome do Arouca também para patamares que nos permitam fazer crescer tanto a nível de jogo de Arouca quanto aquilo que são também a valorização individual dos jogadores. Portanto, lutamos todos com esse objetivo. Agora é o foco todo na competição, depois, a seguir ao jogo, começamos a preparar outras coisas que vêm a seguir."
Pensa fazer alguma rotatividade? "Já tive a oportunidade de dizer aos jogadores que eu não sou muito de dar chocolates nem bombons. Eles têm mesmo que lutar para garantir o lugar. Todos os jogos que a gente vai ter, nós vamos com aqueles que eu acreditar que são aqueles que podem, naquele jogo, estar mais próximos de nos aproximar daquilo que são as nossas intenções e daquilo que é o jogo pela vitória. É que eles têm que sentir que eu confio neles todos. E, portanto, como é que eu confio neles todos e eles saberem que têm que competir pelo lugar e sentir que só jogam quando estão acima do que estava a jogar na posição deles. Por isso, eles têm que lutar muito, têm que trabalhar muito, têm que se dedicar à causa. Eu vou deixar essas dúvidas, naturalmente, para o Tozé [Marreco], para ele também ter com o que se preocupar com o onze que sair. E, mais importante de tudo, eu tenho as mesmas intenções com todos. Damos as mesmas oportunidades para eles poderem lutar por desafios e pelo lugar. E, dessa forma, depois, criarem-me dificuldades, criarem-me desafios a mim enquanto treinador para tentar 'este fica de fica de fora, e isto perturba-me'. E como é que eu faço essa gestão? É em função do treino semanal, em função do adversário que vamos ter, em função das próprias relações dentro da própria equipa que esta, às vezes, combina melhor com aquele que nos pode aproximar. O primeiro propósito, registo semanal. Se nesse registo semanal equivalerem àquilo que é o nosso ritmo e ao que nós nos dedicamos, passamos ao passo seguinte que depois já tem a ver com as relações e com a parte estratégica."
Tem pontas-de-lança de raiz, mas optou no último jogo por Trezza, tem a ver com essas relações? "Tem a ver com essas relações e tem a ver também com as características que eu procuro nas diferentes posições. O Trezza é um jogador que, para mim, é ponta-de-lança e é extremo. São as posições onde eu o vejo mais e, eventualmente, se a gente jogar com dois avançados, é um segundo avançado. Ou seja, é um jogador que nós acrescentamos à posição de ponta-de-lança que é a estruturação do nosso plantel. Portanto, passamos a ter, além de três, um joker, um jogador que faz três posições. Ou seja, se mudarmos para dois avançados, é um segundo avançado. Nas outras posições, é um extremo ou um ponta. Portanto, é um jogador que... E os jogadores também já sabem disso, por isso não é mentira nenhuma, posso dizê-lo a vocês também. É um jogador que nós, pelas características que tem, que nós conseguimos enquadrar naquilo que é a perspetiva do perfil de jogador que queremos para cada posição, que são as alternativas e uma maior variabilidade de soluções nos diferentes lugares. Por isso, no último jogo, a opção por ele, em função também daquilo que era a parte estratégica e aquilo que nós queríamos fazer enquanto pressão e enquanto espaço nas costas que queríamos aproveitar."
Em que condições regressaram os quatro internacionais? "O Henrique [Araújo], motivado também pela assistência e pelo golo, também importante, veio com ritmo também, acabou por ter dois períodos de jogo, ao intervalo das duas vezes, ou seja, 45 mais 45, o Chico [LambA] com um bocadinho menos de competitividade, mas sempre importante ir à seleção, por isso importante para ele, motivado também, o Dante e o Sylla, um bocadinho mais cansados, um bocadinho mais cansados não só pelo número de minutos, mas também pelas distâncias de viagens e tudo aquilo que ocorreu, mas todos eles com uma energia boa, com o Sylla e o Dante só treinaram no dia de hoje, o Chico e o Henrique treinaram desde quarta-feira, por isso momentos diferentes, opções diferentes, mas essencialmente voltaram com energia, integraram o grupo logo com muita alegria também, o que também é importante para nós, para termos toda a gente disponível."