Silvestre Varela abriu o livro sobre o FC Porto, André Villas-Boas e o Caso do Túnel, que marcou a época 2009/2010.
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Silvestre Varela recordou, em entrevista ao jornal Expresso, os tempos passados com a camisola do FC Porto, onde chegou em 2009. Depois da primeira época sob a liderança de Jesualdo Ferreira, a chegada de André Villas-Boas marcou um ano de extremo sucesso para os dragões, que conquistaram o campeonato, a Liga Europa, a Taça de Portugal e a Supertaça. A chegada de Villas-Boas, anteriormente treinador da Académica, ficou marcada pelo sentimento de revolta do plantel no arranque da época 2010/11.
"Quando ele chegou nós estávamos um bocado revoltados com o que tinha acontecido na época anterior, com o castigo do Hulk, no Caso do Túnel. O que aconteceu? Eu passei, olhei, vi que havia um bocado de confusão, mas fiquei sem perceber o que é que se estava a passar. Só vi mais nas imagens que foram divulgadas", recordou, antes de explicar o que aconteceu no túnel da Luz a 20 de dezembro de 2009.
"Acho que fomos provocados a essa situação. Ninguém do FC Porto ia criar essa confusão, sem ser provocado. Acho que fomos provocados", atirou Varela. Villas-Boas, salientou o extremo, foi capaz de dar a volta a esse clima. "O Villas-Boas é uma pessoa inteligente e soube o que fazer com os jogadores. Estávamos revoltados com tudo o que tinha acontecido e ele em cada jogo que tínhamos contra o Benfica, ou quando eles vinham à imprensa falar coisas de nós ou dizer que eles estavam bem que eram os primeiros e nem sei o quê... O Villas-Boas fazia questão de pôr isso no balneário para toda a gente ver e isso dava-nos mais força para cada jogo", afirmou.
A saída do Villas-Boas para o Chelsea no final da temporada levou Vítor Pereira, então adjunto do técnico, a assumir o comando da equipa. Seguiu-se Paulo Fonseca e depois Julen Lopetegui, com quem fechou a primeira passagem pelo FC Porto. "Na altura acho que foi o melhor [sair], foi o que tinha que acontecer. Não foi desentender mas às vezes as coisas não são possíveis de se resolver e a melhor solução foi mesmo ter saído naquele ano do FC Porto", explicou, antes de continuar.
"Vou ser sincero, na altura queria estar num campeonato novo, queria novas coisas para mim. Ao fim de cinco anos no FCP tinha ganha tudo menos a Champions, tinha 25 anos e já tinha dado tudo pelo clube, sempre dei o máximo, achava que merecia algo diferente na minha carreira", rematou.