Declarações do presidente do Sporting na entrevista concedida esta quinta-feira ao canal do clube.
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Nova época: "A época 2023/24 já arrancou. Começou em fevereiro/março de forma planeada e atempada para preparamos como deve ser a época. Está a correr da forma como gostaríamos que corresse, que é tentar fazer as vendas que precisamos rapidamente e as contratações o mais rapidamente possível para estarem ao dispor do nosso treinador. Mas não só de contratações e vendas se faz o planeamento da época. Consideramos que é importante e vai ser importante o facto de jogadores como Daniel Bragança, que está a recuperar a 100 por cento, como o Francisco Trincão, o Edwards, o Diomande, que se irão apresentar a um nível que acreditamos diferente, com mais confiança e vão crescer no seu processo competitivo. A nossa pré-época é independente do mercado, a verdade é que acreditamos que há muitos jovens jogadores que já estavam no plantel mas que vão crescer do ponto de vista competitivo."
O que falhou em 2022/23: "É uma época que do ponto de vista desportivo não correu bem. Tínhamos a expectativa de terminarmos a época nos dois primeiros lugares, o que fizemos nas duas épocas anteriores, bem conseguidas. Este ano não conseguimos, não correu bem. É um facto. Para muitos seria uma oportunidade de olharmos para o 4.º lugar e fazer revoluções para inglês ver, os resultados são sempre muito importantes... No Sporting não gerirmos e decidimos apenas pelos resultados. Foi muito aquém do que esperávamos, temos de fazer uma análise interna, e fizemo-la, séria. É extremamente importante acreditar nas pessoas que estão na estrutura e, segundo, acreditar no processo de trabalho. E nestas duas variáveis não consigo dizer que algo mudou nas últimas três épocas, nada."
Análise: "Fazendo uma análise fria, e todos os dias me abordam a dizer que temos de fazer como nas primeiras duas épocas, mas quando faço essa análise fria e racional, vendo a dificuldade dos jogos que tivemos, se tivéssemos vencido todos os jogos com a equipas ditas pequenas e tivéssemos chegado com equipas do nosso potencial e até mais fortes e tivéssemos claudicado, era óbvio que havia uma falta de qualidade. Mas não é isso que se passou. Vejo que nos jogos de maior dificuldade, com o Arsenal, a mais forte que defrontámos, e fizemos nesses dois jogos provavelmente até dos melhores que vi na minha vida, em 44 anos de sócio, e eliminámos essa equipa. Depois, Tottenham, Frankfurt, equipas fortíssimas, que se fosse a eliminar, teríamos passado. Juventus fizemos dois jogos brilhantes e acabámos por claudicar nos últimos segundos, não conseguimos fazer um golo que daria o empate e o prolongamento, até o próprio treinador italiano reconheceu que a Juventus teve sorte. Não fomos felizes. Contra o Benfica, campeão nacional, um justo campeão, a equipa mais competente durante o ano, em dois jogos desperdiçamos duas vitórias, uma delas a segundos do fim, com um erro de arbitragem. Mas não é por aí. Olhámos o Benfica olhos nos olhos, estivemos por duas vezes a ganhar, mas não perdemos esse jogo. Ficámos atrás de um Braga que foi extremamente regular, mas que em três jogos com eles temos um parcial de 13-3 e nos últimos dois jogos duas vitórias por 5-0. Fomos uma equipa que não conseguiu materializar a sua boa qualidade de jogo."
Vendas: "Um clube em Portugal, esteja ou não na Champions, vai ter de vender. Obviamente o valor pode variar consoante as receitas. Nos últimos anos o Sporting fez valores recorde com competições europeias. É um valor que não vai entrar. Vamos ter de vender sim, mas não vai ser uma situação catastrófica, de voltarmos atrás. É mérito do trabalho que começou em 2018, otimizámos as nossas receitas e fez com que num ano atípico onde não tivemos sucesso desportivo não tenhamos de voltar à estaca zero. Muitas vezes ,as vendas são subjetivas. Se conseguir fazer uma grande venda, se calhar só preciso de vender um jogador."
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