Vários dirigentes abordaram o presidente. As insuficiências do perfil mediático do responsável máximo, assim como a relação com a massa adepta, foram escrutinados na conversa. Há o temor de que o cenário se possa agravar
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O mau clima no Sporting vai-se agravando e na segunda-feira a tempestade no reino do leão trovejou ainda mais com a derrota em pleno Alvalade aos pés do sensacional Famalicão, líder da I Liga.
Caso: líder confrontado ainda na tribuna logo após a derrota frente ao Famalicão
Segundo informações recolhidas por O JOGO, o ambiente tornou-se especialmente agreste para o presidente Frederico Varandas na tribuna do recinto dos verdes e brancos, poucos instantes após Hugo Miguel apitar para o final do desafio, com o líder dos leões a abandonar as instalações do estádio muito agastado com o que ouviu.
A contestação ao projeto do líder é agora abertamente manifestada internamente, gerando um clima de divisão com proporções ainda difíceis de prever.
Consumada a derrota para os nortenhos e a iminência de nova alteração no comando técnico dos leões (ler informação constante na página seguinte) pouco depois de a atual administração assinalar um ano em funções, Frederico Varandas foi interpelado por membros pertencentes aos mais diversos órgãos sociais do Sporting e não gostou do que ouviu.
Críticas: mercado, mudanças no comando técnico e restante estrutura da SAD no centro das dúvidas
Entre várias observações em tom de contestação, o líder dos leões foi confrontado, em específico, com as decisões tidas como erráticas na abordagem ao mercado e na escolha dos treinadores. Muitas dúvidas foram igualmente levantadas quanto à competência de diversos elementos da SAD.
Manifestada foi também a preocupação relativamente ao perfil mediático do presidente e à atual relação com parte substantiva da massa adepta. O temor por um cenário mais negro a curto prazo foi transmitido ao presidente, o qual se mostrou agastado face às vozes discordantes do rumo que encetou.
Demissões, não... para já
O cenário de cisão interna começa a pairar sobre a estrutura diretiva dos lisboetas, mas O JOGO apurou que nenhum membro dos órgãos sociais pondera apresentar a demissão no momento, para não abrir a porta a uma instabilidade ainda maior. Todavia, ficou evidente o mal-estar de diversos responsáveis diante do próprio responsável máximo dos verdes e brancos.
"Estados Gerais" podem não acontecer
Na prática, é de sempre a falta de proximidade entre o Conselho Diretivo presidido por Frederico Varandas e os restantes órgãos sociais de cariz executivo: Mesa de Assembleia Geral e Conselho Fiscal e Disciplinar. Tanto assim é que só para esta semana estava prevista uma reunião que congregasse toda a equipa dirigente do clube, algo que ainda não aconteceu desde que Varandas sucedeu a Bruno de Carvalho na cadeira presidencial. Por forma a criar os necessários laços entre as diferentes áreas de ação do Sporting, a reunião foi marcada, mas existe agora a forte possibilidade de que a mesma não venha a acontecer tão cedo, muito por culpa da conversa azeda mantida entre presidente e outros responsáveis logo após a derrota para o Famalicão. A relação que se queria incrementada acaba agora por sair ainda mais fragilizada.