Battaglia: "Quando cais tens duas hipóteses: ou te deixas cair, ou tentas levantar-te"
Argentino voltou após dez meses e meio de paragem e, através de O JOGO, avisa que ganhou força mental que pode ser importante para ajudar o grupo a sair deste momento delicado
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O calvário de quase um ano de Battaglia chegou ao fim contra o Famalicão, logo numa fase delicada da equipa leonina que o médio argentino sabe que não vai ser fácil de ultrapassar. "Temos de trabalhar muito para dar a volta a esta situação", afirma o camisola 16, convidado por O JOGO a fazer o balanço do seu regresso à competição.
O médio tem consciência de que voltou no meio de uma crise, mas tem fé na recuperação da estabilidade no clube, assumindo que é com bons resultados que se ganha crédito e a "paciência" dos adeptos
"Pensei muito no trabalho que tenho vindo a fazer ao longo deste período que foi muito difícil para mim, mas que por outro lado fez-me crescer muito na minha vida pessoal e profissional. Ganhei muito de cabeça. Ganhei muita força mental, este processo foi uma lição, foi muito tempo. Estar fora fez-me pensar muito. Eu disse no fim do jogo [com o Famalicão] que a "vida é cair e levantar-se", porque é mesmo isso. Quando cais, tens duas hipóteses, ou te deixas cair ou tentas levantar-te. É preciso sempre levantar", atira o médio argentino, que reconhece que o leão "está numa fase complicada". "Mas eu acredito muito neste grupo. Somos um grupo forte, unido e, com muito trabalho, vamos levar isto para a frente. Vai ficar no passado como uma má recordação. Este momento vai ter de servir para aprender e corrigir erros. Mas não tenho dúvidas de que vamos dar a volta, vamos lutar por este clube", prosseguiu Battaglia, que lembrou os mais críticos e os adeptos de que é preciso tempo para corrigir a situação, até porque a atual Direção tem apenas cerca de um ano de mandato e o clube viveu momentos dramáticos como a invasão de Alcochete pelas claques:
"Ganhei muita força mental, este processo foi uma lição. Após dez meses, fiquei satisfeito com a performance individual"
"Por mais que não se tenha muita paciência, um clube com tantas mudanças precisa de tempo. Mas neste caso, no futebol... é tudo muito resultadista. É preciso ganhar para conseguir manter essa paciência, para as pessoas acreditarem no nosso grupo e no clube."
Fora dos relvados praticamente desde a chegada da atual Direção, Battaglia viu um clube a mudar para melhor durante o último ano: "Sinceramente, o clube agora está muito melhor, muito mais estável em termos de condições e a equipa tem todas as ferramentas. Estamos na luta. Mas temos de trabalhar muito para dar a volta a esta situação."
Dos poucos aprovados em noite trágica, "já sem medo do choque"
Foi a 4 de novembro, contra o Santa Clara, que Battaglia se lesionou, necessitando depois de intervenção cirúrgica (ligamentoplastia do cruzado anterior com reconstrução meniscal extensa).
O regresso na segunda-feira, após dez meses e meio, deixou-o satisfeito do ponto de vista individual: "Estou contente pela minha performance individual depois de dez meses sem competir. Já não tenho medo de ir ao choque, de lutar pela bola como sempre fiz, que é uma das minhas características. Portanto, agora é uma questão de continuar a trabalhar e ganhar o meu lugar nesta equipa."