Vitória na Liga faz a diferença face a Bruno de Carvalho, que, em 2018, venceu em igual proporção.
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A temporada 2020/21 termina como uma dos melhores de sempre da história do Sporting.
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Não devemos olhar apenas a números, mas à importância das principais provas e, nesse sentido, Frederico Varandas pode sorrir, pois as equipas corresponderam e o principal objetivo do clube foi mesmo alcançado, concretamente a conquista do título de Campeão Nacional, algo que fugia ao clube há 19 anos. Assim, no masculino, o futebol levou a Taça da Liga e o campeonato. Nas modalidades principais de pavilhão, o hóquei em patins foi o mais recente coroado (já depois de o futsal ter reconquistado o cetro, obtendo uma época brilhante com vitórias na Taça de Portugal e na Taça da Liga. O basquetebol, reativado por esta Direção e que foi até uma bandeira eleitoral, foi campeão à primeira oportunidade, já que em 2020 a Liga Placard foi cancelada, regressando aos triunfos na competição maior o que não ocorria desde 1982, juntando a este troféu a Taça de Portugal. O voleibol conquistou uma Taça de Portugal, dando o oitavo título. Só o andebol ficou a zeros, porém as duas conquistas europeias não são de somenos: em 2021, o leão repetiu no hóquei e no futsal o que fizera em 2019, sendo bicampeão europeu. Foram assim onze títulos nas modalidades coletivas principais, com dois títulos maiores na Europa.
Esta época tem muitos paralelismos com a de 2018, quando Bruno de Carvalho enfrentava críticas várias e se preparava para ficar na porta de saída depois da invasão à Academia. Com o pavilhão João Rocha erguido, o Sporting, que reativara o hóquei em patins em 2010 e o passara a oficial em 2015, conseguiu o título 30 anos depois do último. A este juntou-se o tricampeonato de futsal, modalidade que também levou Supertaça e Taça, o bicampeonato de andebol e o campeonato de voleibol em ano de regresso à modalidade. Foi o pleno das quatro principais modalidades de pavilhão, mas sem o desejado campeonato no futebol, que apenas foi comemorado no feminino. Estavam sete títulos na mão e nesse ano o Sporting venceu a prova maior da Europa de goalball, a Taça dos Clubes Campeões Europeus de Pista em femininos e a Champions de corta mato masculino, celebrando o topo da Europa com a equipa de judo.
11: provas conquistadas pelo Sporting nas principais modalidades, entre futebol, futsal, basquetebol, voleibol e hóquei em patins
Foram então onze títulos somados juntando as principais modalidades coletivas e os troféus europeus. E mesmo sendo possível questionar o peso de Frederico Varandas ter vencido no hóquei e no futsal e Bruno de Carvalho ter festejado números semelhantes, a verdade é que a importância dos mesmos recaiu para o clínico, ainda que o atual presidente possa vir festejar a Taça Continental de hóquei até final do ano e, assim, desempatar as contas: isto porque a Champions de corta-mato já não se deve realizar esta temporada devido à pandemia.
Seja como for, os números da Direção liderada por Varandas são, em 2021, meritórios e de destaque até pelo desinvestimento feito ao longo dos últimos três anos. Nas modalidades cortaram-se perto de 4 milhões de euros e as equipas não perderam competitividade, ainda que a pandemia também obrigasse a que os principais rivais fizessem cortes importantes nos respetivos orçamentos. Inevitável será comparar o sucesso de Bruno de Carvalho e Frederico Varandas com João Rocha, que liderou o clube de 1973 a 1986, sendo um presidente icónico na história do clube. Foi um dos períodos mais ricos de conquistas com mais de 1200 títulos nacionais, 52 Taças de Portugal, oito Taças dos Campeões Europeus de Corta-Mato, uma Taça dos Campeões Europeus de Hóquei em Patins e mais três troféus europeus nessa modalidade, tudo contas feitas pelo Museu Sporting. Em 1982, o presidente venceu campeonato de andebol, basquetebol e hóquei em patins. O futsal não existia na altura e o voleibol estava inativo, regressando no final dessa mesma temporada. Certo é que o Campeonato Nacional de futebol faz toda a diferença.