Colombiano prometeu em entrevista a O JOGO elevar o nível em 2020/21 e está a dar sinais de crescimento no ataque. Rio Ave B, Tondela e Nacional já sentiram na pele a vontade de querer fazer mais
Corpo do artigo
Fechar a primeira temporada na Europa com apenas um golo marcado soube a pouco a Uribe, que tem aproveitado a pré-época para demonstrar que a promessa deixada em entrevista a O JOGO em agosto não foram só palavras.
Médio soltou-se ofensivamente a pedido do treinador e fechou a pré-época como um dos melhores marcadores
Na altura, o médio assumiu-se "preparado para elevar o nível" e, pelo menos do ponto de vista atacante, tem dado sinais de crescimento desde o tiro de partida, tal como Sérgio Conceição pretende. O colombiano está mais solto ofensivamente e os resultados estão à vista: três golos em sete jogos (ou parte deles, visto que nunca jogou a tempo inteiro) de pré-temporada, número que fez dele um dos melhores marcadores dos azuis e brancos neste período de testes, a par de Tiquinho Soares.
Rio Ave B, a abrir, Tondela, a meio, e Nacional, a fechar, foram os clubes que sentiram na pele a vontade do ex-América melhorar, em partidas oficiais, um registo nunca antes obtido na carreira, mesmo não sendo um marcador frequente de golos. Ainda assim, o mínimo até aqui por um clube haviam sido dois, logrado nos argentinos do Deportivo Español (2010/11) e no Atlético Nacional (2016).
O registo de golos da última temporada, de resto, só podia deixar Uribe desiludido. O colombiano faturou apenas com o Braga, na derradeira jornada do campeonato, num lance em que acabou lesionado [antes, teve um golo anulado por fora de jogo]. Por isso, assumiu em O JOGO que os adeptos do FC Porto ainda não tinham visto todo o seu potencial.
"Tenho muito mais para dar neste clube", apontou o médio, que arriscou muito pouco um remate que, segundo a fama adquirida ao serviço do América, causava vários estragos nos adversários. Mas não só.
Depois de uma temporada em que fez apenas um golo, já na reta final, Uribe tem mostrado pontaria afinada nos jogos de preparação, prometendo maior poder de fogo na nova campanha
Numa recente entrevista ao nosso jornal, Sérgio Conceição considerou que Uribe se preocupou mais com questões de ordem tática, procurando justificar a menor produção do colombiano quando comparada com épocas anteriores.
"O Matheus é um jogador de equilíbrios, muito inteligente em termos de posicionamento, porque recupera muitas bolas sem fazer grandes piques e dá à equipa um equilíbrio fundamental, mas é verdade que depois faltou o que já teve na fase final: em Braga marcou um golo, teve outro anulado antes. Mas veio de uma realidade diferente, onde o futebol é diferente, onde não há esse rigor em termos táticos e soltava-se mais. Aqui ficou com um travão, mas não pode. Um médio como ele, e jogando com outro com as características do Danilo, pode e deve soltar-se", referiu.
A desenvoltura que tem exibido e os golos que tem marcado nesta pré-época mostram que Uribe estará a aproximar-se de um jogador à medida de Conceição para o sector intermédio, onde outro jogador deu nas vistas. Sérgio Oliveira também fechou a preparação com dois golos marcados, ainda que o último, frente ao Nacional, tenha sido obtido de penálti. Os dois jogaram juntos e, se surgir uma boa proposta para levar Danilo do Dragão - algo que ainda não sucedeu nesta temporada, tudo aponta para que Oliveira e Uribe sejam os escolhidos para formar o duplo pivô no meio-campo.